domingo, 28 de julho de 2013

"O segundo que antecede o beijo..."






"O segundo que antecede o beijo..."
Paralamas do Sucesso


Olhos azuis e uma gravata milimetricamente desarranjada. Eu olhei e disse "é ele!" com uma certeza inabalável. Trinta minutos depois ele chega com a maior cara de pau e o sorriso mais lindo da vida: "oi, cabem mais dois nessa mesa?"
Cabem mais trinta se você quiser, eu pensei.
E veio um sorriso. Dois. Dez. Deixa que eu te levo em casa. Vamos tomar a saideira.
(Sério, nunca quis tanto uma saideira na minha vida inteira.)
Sabe quando você conversa e conversa e ri e conta sua vida inteira e ah!queessecaratemmeconsumido*?
Não sei mais como poetizar esse encontro, mas sabe quando dói o peito e tomara que seja infarto porque imagina se é amor?!
Tipo isso.
Não bastando os olhos, o sorriso, a barba e a dor e, ai, chega!, ele me olha com olhos mais profundos que a fossa das Marianas e diz:
- Dizem que o melhor do beijo é aquele segundinho antes.
Não me diga, meu bem, porque exatamente nesse momento eu entendi.
Me leva da minha vida porque eu nunca mais vou ser a mesma depois de você.



*"Esse cara", Caetano Veloso. 

sábado, 25 de maio de 2013

(me) Perdi.





"Minha única certeza é a de querer me perder. 
Com você. 
Em você. 
Ser uma das suas linhas bêbadas ou um poema sujo escrito num guardanapo qualquer.

É isso que me seduz."
Ludmila Melgaço em "In-certezas."


E eu me perdi no momento em que ele sussurrou umas três ou quatro palavras absurdas no meu ouvido. Ali, naquele exato instante entre os Arcos e o resto da vida eu tive certeza de que estava perdida. Tinha qualquer coisa de poeta, poetinha vagabundo e olhos que me despiam a cada piscar. Me pegou pela mão e disse "Vem!", enquanto eu tentava armar uma desculpa esfarrapada pra negar o que estava claro. 

Perco o rumo, a vergonha e o ar. Acendo um incenso enquanto relembro e retomo o fôlego. As palavras ficam pelo meio do caminho, visto que não devo entregar tudo de bandeja - ah, as convenções sociais! - mesmo que esteja tudo tão implícito. Ou seria ex? Nada disso importa quando se quer.

Leio tuas letras e ainda guardo as marcas. No fim, quem escreve linhas bêbadas sou eu.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O que foi.

"Baixei a guarda.
Tenho me permitido trocar a eternidade pelo instante.
É que você me olha como se o mundo fosse acabar nos próximos três minutos,  como se a gente não pudesse adiar nunca mais um beijo,  um toque, um cheiro.
E essa urgência vai derretendo tantas culpas, tantas razões...


Agora sei que distante o desejo castiga,
e que entre o 'certo' e o 'errado' está a vida. 

Se nossas bocas se precisam, se pode ser palpável,  se teu cheiro quer ficar em mim, então te conto todos os segredos que moram entre meu pescoço e meus seios.
São teus.
Guarda com você
Me guarda com você.
"Derretendo tantas culpas", Solange Maia.





E assim ele me tirou da minha órbita solitária e me fez vagar na imensidão da noite. Flutuei por milhares de galáxias no primeiro toque. No primeiro beijo senti o coração parar por cinco segundos inteiros. Tudo ficou pra trás e naquele momento só queríamos saber que desenho o meu vestido faria no chão. Naquele milésimo de segundo os olhos dele piscaram e me olharam com uma profundidade nunca sentida antes e eu só desejava que durasse pra sempre. 

Meu batom cravou uma tatuagem em sua nuca.
Sua mão agarrava meus cabelos como se daquilo dependesse sua vida.
Uma a uma as roupas desenharam no chão a obra de arte mais linda que já existiu.


Naquela eternidade só se sentia pele, sussurros e respirações ofegantes. Nada nem ninguém seria capaz de nos parar. Enquanto ele brincava nas minhas costas um arrepio insistia em permanecer em todo o meu corpo.


Tua língua em meu mamilo, água e sal.*

Todas as urgências gritaram ao mesmo tempo e no fim, ainda restávamos. Nós.
Existe vida depois?



*Zeca Baleiro, "Bandeira".

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Uma avenida.


Para meus companheiros de papo madrugada afora no carnaval.


Uma noite dessas de carnaval eu entendi tudo.

Quando tudo acaba temos duas opções tão simples que até parece besteira falar: acabar feio ou acabar bonito. Geralmente acaba com um mundo de perguntas não respondidas, porquês duvidosos e um vazio cheio de mágoas. Não tem que ser assim, tanto desencontro, mágoa e dor, a Sandy disse (sim, a Sandy e Junior) e eu atesto querendo ter escrito isso. Cansei de ficar elaborando teorias e assistindo o mundo e a gente mesmo cagar nos nossos corações.
Olha, eu resolvi que eu quero sempre acabar bonito.

É, eu acho que agora entendi tudo.

Eu quero lembrar daquele tempo como uma coisa boa. Com todas as cobertas, loucuras de madrugada, músicas e toda a vida compartilhada. Quero ter tudo isso sempre de uma forma bonita dentro de mim. E quero que tudo fique ainda mais bonito dentro de você. Não, não vamos enfeitar tudo e achar que foram apenas flores, borboletas e dias coloridos. Deixemos de uma forma, onde, apesar das pedras, permaneçam as lembranças boas. E eu te desejo tanta coisa bonita que não dá pra imaginar.
Eu desejo várias bocas pra você beijar.
Eu te desejo paz de espírito.
Eu desejo que você se aceite.
Eu te desejo um amor novo. Um amor velho. Ah, novo ou velho, vai saber.
Aliás, te desejo amor por todos os cantos.
Eu te desejo um mundo velho de coisas boas.
Eu desejo que um dia você entenda tudo isso e minha falta de jeito com as coisas.

E, de verdade:
Eu te desejo uma avenida enorme de alegria na sua vida.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Olha,




quando você menos esperar vou entrar na tua casa, bagunçar os seus discos, roubar uns livros e arrebentar uma ou duas cordas do teu violão. Provavelmente ficará possesso, mas nada te deixará mais louco quando, na sua cama, você se deparar com o meu cheiro - rolei nos teus lençóis até me impregnar. Seus rocks de setenta no último volume não serão capazes de me tirar da cabeça. Tomará um gole de vodca na tentativa de esquecer, mas não saberá ao certo se o que te inebria é o álcool ou meus fios de cabelo no teu travesseiro. Ou quem sabe aquela minha peça de roupa que deixei no chão, de propósito, pra não te deixar em paz.

(Depois de tentativas inúteis, você me deixa bagunçar a sua vida como fiz com sua cama. É tarde.)

domingo, 16 de setembro de 2012

Você está fazendo isso errado II.


(Ou: Por um mundo com menos gente babaca.)


Entre uma cerveja e outra tenho passado os dias pensando o quanto o ser humano é um bicho idiota. Extremamente egoísta. Tenho visto cada coisa que você duvidaria que exista gente capaz de tamanha falta de senso. Falta de amor-próprio. Falta de amor pelo próximo. Juro que não entendo como tem gente capaz de se trair apenas por uma necessidade de se auto afirmar. Gente que não respeita nem a si mesmo. Chego a uma conclusão meio boba: uma pessoa que não é capaz de respeitar ao menos quem ama jamais será capaz de respeitar o próximo. Gente assim não mede esforços pra se sentir acima dos outros e não poupa nem mesmo quem está a sua volta. E todo mundo continua se machucando, ferindo quem "ama", e todo mundo se sujeitando a todo tipo de podridão fingindo que tá tudo bem, a vida é linda, somos melhores amigos, pose pra foto, legenda "eu te amo", mas à noite... à noite ninguém deita a cabeça no travesseiro com a consciência limpa. Nessas horas sobra gente se lamentando pelo que fez a si e aos outros (nem colhões pra assumir os erros essa gente tem). E aí, perdoem a franqueza, me falta piedade pra esse tipo de gente. Me falta paciência ou qualquer sentimento nobre. Fico sentindo aquela pena medíocre e nada mais do que isso.

Posso falar? Baby, se ama primeiro. Cria um tiquim de vergonha nessa cara e se assuma, partes boas e partes ruins.Começa a pensar um pouquinho em quem está a sua volta antes de querer fazer qualquer coisa que possa machucar alguém - aproveita enquanto é tempo e ainda existe gente que se importa com você. Deixa essa sua banca de "sou foda" de lado, essa máscara não cola. Deixa seu egoísmo e sua auto afirmação.
(Afinal, não é possível que você queira chegar no fim sendo a mesma pessoa babaca de agora.)



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mil e uma noites.


"As mil e uma noites que virão, são suas."
Móveis Coloniais de Acaju.




Se tudo tem que começar de algum lugar, eu começaria por um encantamento descompromissado. Que passa por música, letra, uma dança qualquer e uma certa improbabilidade no seu olhar. Continuaria por noites de álcool, dias de sol e amanheceres de promessas.

As mil e uma noites que virão, são suas.

As promessas dariam lugar a bagunças de pés gelados, edredon e Jean- Luc Godard (que eu não entenderia nunca) no domingo. Ou qualquer filme bobo que valesse à pena. Ou qualquer outra coisa gostosa que valesse à pena.

Não importa muito.
As mil e uma noites que virão, são suas.
(Faça o que quiser com elas.)

Vai dar tempo de viver tudo isso e muito mais. Vai dar tempo pro tarô, pras rosas, pras luas. E pro seu sorriso. E pra mais mil e uma noites.

(As mil e uma noites que virão, são suas.)

terça-feira, 5 de junho de 2012

Oração.



Que eu seja capaz de não calar o meu coração. Que eu continue a sentir em excesso. Que a cada pedra no caminho eu me lembre de não querer ser nula. Que eu me lembre de nunca anular o que sinto apenas pra permanecer no morno. No politicamento correto. Aliás, que se danem os politicamente corretos, pseudo - intelectuais, falsos moralistas ou quaisquer pessoas do gênero. Eu quero gente sem medo de se mostrar. Eu quero quem dê a cara a tapa pelo que acredita, ainda que seja na contramão do mundo. Eu quero quem valorize o frio na barriga de se estar na contramão do mundo.

Que eu continue a me espalhar por aí em palavras sem me importar se elas vão chegar inteiras ou apenas em fragmentos desconexos no seu coração. Que eu perdoe quem distorcer o que eu sinto quando houver um coração fechado.
Que meu coração permaneça sempre aberto.
Que eu permaneça fiel a mim mesma.
Que não me esqueça de ser quem sou.
Que eu continue com o espírito livre.
Que eu continue espalhando amor.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Se.

Eu te amaria.
Se você deixasse, eu te amaria.
Se eu deixasse, eu te amaria.
Te escreveria mil cartas de amor, uma por dia, até o fim. Diria o quanto fica bonito com esse cabelo. Esse sorriso. Esse jeito torto. Esse jeito torto que, aliás, compartilho com você. Nessas horas quase te entendo. Sei que seu coração é quase tão atormentado quanto o meu. Ou seria melhor inverter a frase: sei que meu coração é quase tão atormentando quanto o seu. Quase. Você tem um jeito bobo de dificultar as coisas, e é nessas horas que eu ganho de você. Não sei exatamente o que eu quero, mas sei com toda a certeza o que eu não quero. E essa dificuldade me cansa. Essa dúvida, essa tentativa louca de auto-sabotagem , tudo isso é demais para o que eu sinto. E eu sinto.
Você sabe como eu sinto.

O que eu não entendo é o quanto você insiste em se matar em mim. E quem insiste, vence pelo cansaço.
Dessa vez, você venceu. De lavada.
E agora, eu não sei mais o que resta. Se resta.
Mas o que eu queria dizer mesmo já disseram por mim:

Fernanda Mello, sempre sabe.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Você está fazendo isso errado.





Entendi os meus erros. Aceitei minha culpa. Estou me perdoando.
Mas não consigo me calar nem compactuar com o que não é direito. Não é verdadeiro.

Temos uma estranha mania de achar que estamos acima do Bem e do Mal. Achamos que podemos fazer tudo e qualquer coisa sem nos importarmos com o coração do outro. Sim, somos EX-TRE-MA-MEN-TE EGOÍSTAS. Nós, seres humanos, somos mais irracionais do que imaginamos. Esquecemos que não estamos sozinhos no mundo e que os nossos atos podem machucar quem está a nossa volta. Temos a capacidade torpe de magoarmos as pessoas que mais estão do nosso lado por necessidade de auto-afirmação. Auto-promoção. Auto-flagelação.

Nos sujeitamos a tanta coisa suja por tão pouco. Por um sentimento - efêmero - de superioridade. Por querermos nos sentir super-heróis. Rebaixamos nossos valores pra ver se numa dessas a gente consegue se sentir melhor do que os outros (nem que seja por uns 2 segundos antes de bater a paranóia).

Repito: somos EXTREMAMENTE EGOÍSTAS. Batemos no peito dizendo "Sou foda!" e continuamos agindo com a maturidade de uma manga verde.
É, somos foda pra caralho.
Magoamos, humilhamos e desrespeitamos os outros com uma facilidade absurda.
É, somos foda pra caralho.
Plantamos discórdia, decepção, mentira e esperamos colher felicidade, respeito, verdade.

Posso contar? A gente só colhe o que a gente planta.

Vou chorar, vou sofrer, mas sabe de uma coisa?
Eu escolhi plantar AMOR.

(Enquanto isso eu rezo. Por mim. Por você.)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sobre o Perdão.




Se falar de perdão já me parece tão difícil, imagine exercitar o verbo PERDOAR. Eu poderia pensar que todos os textos sobre o assunto que vem caindo no meu colo nos últimos tempos são fruto de uma coincidência absurda, mas hoje eu não acredito mais em coincidências. Como já diria Fernanda Mello, "frases só fazem sentido quando estamos prontas pra ouvi-las". E eu não sei, mas penso que agora as coisas fazem um pouco mais de sentido do que antes.

Perdoar é uma das tarefas mais nobres que existem. Pra mim o perdão é uma das atitudes mais corajosas e uma das maiores provas de compaixão que um ser-humano pode ter com outro. Porque é difícil perdoar uma palavra (mal)dita. Um tapa na cara. Uma mágoa. É difícil perdoar quem te desrespeita. É difícil conviver bem com a cicatriz que alguém deixa no coração da gente. Mas, talvez, perdoar a si mesmo seja ainda mais difícil. Ou, no mínimo, tão difícil e importante quanto perdoar o outro. E se não fosse tão difícil, não seria tão nobre. Nem tão bonito.

Nessa vida temos que nos despir do peso e da culpa que carregamos sem porquê. Deixar pra trás sentimentos que nos atrasam. Perdoar não se trata de esquecer, simplesmente - por mais que "forgive" e "forget" tenham o mesmo prefixo, nunca serão a mesma palavra. Se trata de parar de nutrir ódio pelos outros e por nós mesmos e deixar que o coração se renove para o que há por vir.

Por isso decidi iniciar um exercício diário de cultivar o perdão. Estou perdoando quem me fez algum mal por qualquer motivo, a seu tempo. Estou me perdoando por todos os males que causei a mim mesma e aos outros. Assim, exercito também o amor pelo próximo e o amor próprio - as maiores dádivas que recebemos quando aprendemos a perdoar.



(Em tempo:
"Tanto se fala sobre o Perdão. E é tão bonito perdoar. Mas o perdão não significa esquecer ou ser indiferente a um fato que tenha machucado. MENTE aquele que diz que perdoou e sempre volta com as feridas abertas esfregando dor na cara dos outros.
Só acontece o perdão quando somos capazes de convivermos com a cicatriz de uma mágoa sem recorrer a ela para justificar nossas consequentes escolhas.
Arrastar correntes a vida inteira pode ser pesado demais.
Experimente deixar o passado em seu lugar e viver o daqui para frente."
Tico Santa Cruz.)



A sensação de liberdade é incrível.




*Imagens: We heart it.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Eles II.


(Ou: "O que eu queria ter dito.")


"Porque você me faz andar sem rumo agora
Se não existe sentido pra nossa falta de destino?"
Fernanda Mello e Rogério Flausino.


- Eu queria dizer que a gente junto foi a pior coisa que eu fiz na vida.
- Mas por que isso, nega?
- Porque sim.
- Eu não acredito que você tá dizendo isso da gente.
Ele a olhava com uma cara de decepção. Ela o olhava com uma profundidade absurda, e fazia força pra não se render mais uma vez àqueles olhos que a decifravam tão bem.

- Digo sim. Eu achei que dar conta desse conto romântico pós-moderno, mas não consegui. Você me decepcionou. Você me fodeu de todas as formas que uma pessoa pode foder outra pessoa. E olha, não são poucas. Eu não consigo mais te ver com os mesmos olhos de antes, me entende?
Enquanto falava ela rezava pra todos os deuses pedindo que a impedissem de derramar uma lágrima que teimava em lhe escapar os olhos. Era difícil encará-lo sem pensar em tudo que viveram, as inocências, as confidências, as noites em claro, os lençóis embolados. Era tudo forte demais pra ser reprimido.

Ele ainda permaneceu calado por alguns minutos, segundos ou horas. Cada olhar que trocavam guardava uma infinidade de outras vidas. Respondeu, embargado:
- Eu não imaginava que você sentia tudo isso! Eu não entendo como tudo aquilo que tínhamos de bonito virou essa mágoa toda! Eu não aceito que você pense assim! Nós não somos isso!
- Não somos mesmo, meu bem. Nos tornamos isso tudo por uma tentativa frustrada da gente se dar mais do que a gente podia. Eu, pelo menos, não sou capaz de viver algo tão pequeno com você. Você sabe que não me contento com metades, quanto mais se tiver de ser só um pedaço teu.

Cada frase dela era um soco no estômago dele. Ele ficava sem defesa, sem argumentos, sem razão. Tinha sido um grande filho da puta com a mulher que mais passou tempo ao seu lado. Mas ao mesmo tempo não sabia como reverter tal feito. Além de querer reatar o sentimento bonito que tinham, queria também garantir  as boas e velhas fodas homéricas que tinham. (E você aí pensando que ele só tinha boas intenções.)
- Linda, me perdoa. Eu não queria ter te causado todo esse mal, eu não achava que fosse ser tão difícil pra você.
- Eu também não imaginava, mas também não esperava tanta falta de tato e falta de cuidado da sua parte.
- Me perdoa! Eu não vi que estava fazendo tudo isso com você. Vem cá, me abraça, eu te amo tanto!

Era bonito de se ouvir. Mas não se sentia a mesma sinceridade de quando, tempos atrás, ele pronunciara essas mesmas palavras embriagado pelo whiskey. Era como se ele tentasse contornar todos os problemas sempre da mesma forma. Previsível.
- Se fosse como daquela vez, agora eu tacaria aquele copo de whiskey na sua cara. Para de dizer isso em vão. Para de me iludir e me jogar na sua teia!
- Neguinha, não fala assim. Eu te amo de verdade, você sabe! O mundo inteiro sabe! É só você lembrar de tudo que já passamos, todas as alegrias, beijos, abraços, todas as vezes que nós nos amamos...

Pior era ela escutar aquelas palavras sabendo que se trairia a qualquer momento. Desejou ir para a cama com o primeiro que lhe escrevesse um poema sujo num guardanapo na tentativa de se livrar do que sentia por ele. Era ódio-amor-ódio-amor-ódio, assim, tudo junto, misturado e ao mesmo tempo.
Chorou.
Ele a abraçava como quem se agarra a uma última esperança, suas lágrimas também rolando livres rosto afora.
- Eu também te amo. Mas sai da minha vida pra eu poder me refazer.
E se foi. Mas deixou com ele um bilhete:
"Friends, lovers or nothing
There can only be one."

(John Mayer)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

E eu amo. E azar de quem vê. Azar de que sabe do que eu estou falando
Ainda bem que eu tenho minhas músicas e minhas poesias e a Jaya e todas as  minhas amigas.

E assim escrevo mais uma vez pra me exorcizar do medo de escrever sobre você

E olha, que já me disseram umas mil coisas e já me deram uma meia dúzia de notícias.
E olha, fico te amando, assim, uma mil horas direto. Depois te odeio mais umas mil vezes.
E tipos, I'm on your back.

Odeio te seguir.

 São umas coisas que não tem leis ou mandamentos ou respeito que possam dizer o que deve ser feito. É amor. É uma porra de um amor que deveria ter ficado numa hipótese. Numa página arrancada de um caderno qualquer. Numa página de caderno manchada qualquer.
Mas calma. Não é aquele amor grudado e impaciente. É um amor colorido, desarmado e despretensioso.
E sabe, paciência.. Paciência por quem vai entender ou não.  Entenda que tem amor, tem tesão, tem aquelas coisa carnais de quem se quer nos absurdos. Mas, sabe, cansei de guardar sentimentos pra quem sabe lá vai se importar. Ou vale, vai saber. Eu só sei do amor.  E que amor é  o tipo da coisa mais complicada, e que toma tempo, e toma palavra e toma o que for da carne de quem quer.

Querer amar é o que há de mais bonito e simples e sublime no que poderia ser apenas um carnaval.
E o que há de mal em encontrar beleza num carnaval -  principalmente quando se que recontar uma história. E reviver. E, olha, azar de quem quiser falar bobagem e quiser falar do que não lhe disser respeito. Eu sou. Nós somos.
E não tenho a menor vontade de não sermos. Não sê- los. Não temos a obrigação de nos adaptarmos numa ou noutra noitada que  nos agrade o ego . E ainda bem que temos táxis, ônibus, metrô e a putaquepariu. Ainda bem que temos intimidade suficiente para irmos fodidos encontrar a música nos nossos amigos. Ainda bem que temos a nós mesmos pra nos abraçarmos e dizer (saber) que nos amamos e que podemos nos misturar.

Que se foda o que foi capaz de se infiltrar até mesmo no coração mais puro pra se fazer bem no carnaval.


LOVE NEVER ENDS.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Nego,

Sai da minha vida.
Mas sai agora pra não dar tempo de eu querer balançar minha saia pra você de novo.
Sai rápido.
Leva teu gosto,
leva teu cheiro na minha pele,
suas palavras.
Deixa eu te maldizer, te maltratar,
deixa eu fazer com que você não passe de uma lembrança na minha vida.

Sai daqui.
Leva tuas palavras que não são minhas.
Leva aquele bom dia que não é pra mim.
Leva aquele gosto amargo que você deixa na minha boca toda vez que vai embora.

Sai daqui,
leva as palavras que delicadamente destilei por você,
leva tuas coisas, tuas cartas.
Me deixa em paz
e eu juro que nunca mais serás motivo pr'alguma escrita minha.

Sai,
me deixa remendar meu coração
e despir minha alma de você.

Sai da minha vida.
(Mas sai agora pra não dar tempo de eu querer balançar minha saia pra você de novo.)


(da série: A última vez.)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Novo.

Tudo novo, de novo.
Paulinho Moska.

Mudou o ano. Mas aqui dentro, pouco muda. Somente um estranho silêncio que venho carregando sem saber muito bem o porquê. Muita coisa a ser dita que insiste em se calar. E fica tudo assim, mudo, meio automático, meio adormecido pra que fique mais fácil prosseguir. Mas há dias - ainda bem! - em que a poesia resolve sair e gritar o que estava quieto, como numa rebelião interna em que tudo fica mais claro e admite-se os erros, as fraquezas, os quereres.

Hoje eu queria dizer que eu sinto saudades. Sinto ciúmes. Imagino cada coisa que se eu contasse ninguém acreditaria. Mas me acredite quando digo que... ah, deixa pra lá. Fica subentendido. Se você reparar na minha nostalgia, vai entender cada letra. Cada música. Cada silêncio. Cansei de usar minhas palavras pra me explicar.  Hoje quero senti-las, apenas. E que elas sejam sentidas da forma que melhor convier. Minha poesia me inunda e, sabe, eu quero mais é que essa enchente de palavras e sentires arraste tudo e traga boas novas. Novos ares. Novas vidas.

(Você consegue sentir tudo isso?)

Eu quero mais é que tudo se renove e que o passado-fantasma se torne nada mais do que lembrança. Uma página rabiscada da vida com aquele colorido bonito de quem tem muito pra contar e nada do que se arrepender. 

Non, je ne regrette rien. Edith Piaf me entenderia.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Não-Sim.


"Não, não é o fim
Dure o tempo que você gostar de mim
Entre o não e o sim
Só me deixe quando o lado bom for menor do que o ruim."
"Nunca", A Banda Mais Bonita da Cidade.


Eu amo. Tenho uma coisa tão boba e tão séria dentro de mim que chega a doer. Crio ausências absurdas pra você desconfiar. Crio uma alternativa esquizofrênica pra explicar o porque da minha falta de tato e da sua falta. (Ou vice-versa). Da sua falta de estar comigo. Dessa distância bizarra. Fico patética re-lembrando os efeitos sonoros de quando você sussurra absurdos no ouvido do meu coração*.

invento.

Inventei tanta coisa e tanto sentimento que nessas horas sinto uma vontade súbita e efêmera de sumir. De morrer. De viver uma outra vida na qual tudo tenha menos orgulho e mais verdades na cara. No coração. Quase posso ouvir sua voz. Seus acordes. Suas rimas.

Guardo poesias intermináveis no céu da boca.

Choro.
Arrepio.

Queria poder escrever uma novela pra ser tudo tão bonito como deve ser e como manda o figurino. Seria capaz de escrever as músicas mais lindas emolduradas pela tua voz. Pelo teu olhar. Pelo teu silêncio que acaba comigo. E queria ter sido Cazuza por dois segundos e dizer: Eu queria ter uma bomba, um fleat paralisante qualquer pra poder te negar bem no último instante. Mas negar mesmo, com toda a cara e a coragem que me faltam. Percebe? Me falta coragem. Me sobra medo de ser clichê e extremamente idiota. Me sobram vontades  irreconhecíveis. Inadmissíveis. Me sobra um ego absurdo. Coisas que nunca foram minhas e que eu nunca soube viver. Sempre fui muito transparente. Sempre fui muito escancarada. Agora me fecho a sete chaves. Guardo o que sinto no fundo da gaveta, pra ver se esqueço por alguns instantes. Pra ver se te esqueço por alguns instantes.

Merda.

É tudo tão vivo e tão intenso que é quase impossível esquecer. É tudo tão vivo que pulsa nas minhas artérias e por fim sai pelos meus poros, tamanha presença absurda dentro de mim. É tudo tão anatômico e fisiológico que por vezes tenho medo de sentir meu coração parar.

Porra.

Me odeio por cada centímetro de pele e sentimento que não consigo guardar. Me odeio por cada palavra que não consigo guardar.

Foda-se.

Ne me quitte pas.






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*
"Se eu corro", A banda mais bonita da cidade.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sobre o risco que é viver.





"Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde."
Cazuza.


Eu não sei quanto a vocês, mas acho que tem faltado mais gente corajosa. E eu não digo coragem pra matar barata, pra subir em árvore. Pra isso existe Baygon e escada. Eu tô falando é de coragem pra viver.

Explico: estamos nos acostumando a viver numa zona de conforto, com tudo nos seus devidos lugares e sem maiores adversidades. O problema, gente, é que a vida é uma montanha-russa. Quando você vai acostumando com os trilhos em linha reta vem aquele looping e tudo sai do lugar. Tem quem prefira o gostinho da adrenalina a cada looping. Tem quem não goste muito da idéia mas encara de frente. Mas tem também quem nem sequer sobe na montanha-russa e deixa de viver o que no mínimo seria aprendizado. Isso sem falar nos incontáveis riscos que assumimos e nos dão surpresas deliciosas.

A vida é assim, gente. Num dia estamos por cima, noutro dia nem tanto. Tem coisas boas, coisas ruins, amor, ódio, medos, inseguranças, alegrias, dúvidas. Mas, quer saber? Temos que nos acostumar com a idéia da incerteza. Afinal, "nunca se sabe para onde essa vida puta e louca quer nos levar". Clara Averbuck disse e eu assino embaixo. É impossível prever onde nossas escolhas vão dar. Que dá medo, dá sim. Mas não dá pra deixar de viver o que está ao nosso alcance por isso. Não existe lógica, não existem cálculos, não existe uma fórmula matemática completa que calcule cada percalço da vida. Se tivesse, seria fácil demais. E, cá pra nós, perderia a graça. Pois o que é a graça da vida senão esperar por aquele resultado. Comemorar vitórias. Vencer as derrotas. Sentir o os melhores e os piores sentimentos com o coração aberto. Perder o juízo por amor. Chorar e sofrer por amor. Passar aqueles dois dias esperando a menstruação descer e - aleluia! - vir junto aquela sensação absurda de alívio. Viver as maiores tristezas e ao mesmo tempo saber que tem aquelas pessoas maravilhosas de sempre pra te ajudar. O que seria da vida sem os dramalhões. Sem os copos que já jogamos na cara das pessoas. Sem o que falamos sem pensar. Sem os arrependimentos absurdos. Sem tudo o que a gente aprende. Gente, o que seria da vida sem todos os riscos que corremos e ainda haveremos de correr? Respondo: ia ser uma merda. E digo mais: tá cheio de gente por aí vivendo na sua própria bolha com medo do que a vida reserva lá fora. Eu não sei quanto a vocês, mas eu não aguentaria. Tenho vocação nata para a vida. Pro risco.

Não espero que todos sejam iguais a mim (até porque tenho lá meus dias de muita cautela - o coração agradece!). Mas eu espero, de verdade, que as pessoas sejam menos reféns de si mesmas e de seus medos. E que tenham coragem de se permitir viver o que vier pela frente.


"A vida é pra viver
A vida é pra levar."

Toquinho e Chico, pra Vinícius.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Primeira pessoa.






"Eu vou ficar aqui, arrumando a casa, desarrumando um pouco a vida: 
fascinante como tudo fica mais inteiro depois de uma gota de caos."
Flávia Brito.



Fascinante como tudo fica mais inteiro depois de uma gota de caos.
Eu poderia terminar por aqui. Mas tenho sempre essas urgências que me impedem calar. Aliás, alguém me ensina como se faz pra calar o coração? Mentira. Eu não poderia. Sou feita inteira do que sinto. E, olha, eu sinto. Muito. De-ma-si-a-da-men-te. Assim, grande e em pausas pra dar tempo de me acompanhar. Sei que é difícil, sei que eu sou uma maluca que não se contenta apenas com um momento. Sou daquele raro tipo de pessoa pra quem tudo tem que ter um porquê. Um significado oculto. E sei também que não é qualquer um que consegue lidar com isso sem meter os pés pelas mãos. Entendo. Sou difícil. Pra alguns, indecifrável. Pra outros, nem tanto.

Tenho acreditado muito que as coisas se mostram exatamente no momento em que estamos prontos para vê-las. E eu vi. No meio da minha bagunça emocional, eu senti. Entendi. Aceitei as culpas, os erros, os desencontros. Me perdoei. Assim mesmo, na primeira pessoa, pra ficar claro que eu entendi que o que me faz mal são as minhas próprias escolhas. O resto, é consequência. O que foge do meu controle, bem... foge do meu controle. Simples assim. Sem sofrer pelo que eu não posso mudar. Sem perder o sossego pelo que não vale à pena. Sem perder a fidelidade por mim mesma.

Não tenho a pretensão de ser entendida, muito menos de me explicar. Mas, posso dizer? Às vezes dói. Dói porque essa falta de tato me deixa perdida. Dói porque as coisas se desconstroem de uma forma meio caótica e eu fico com aquela velha conhecida cara de interrogação: por que? Mas ao mesmo tempo dói uma dor necessária pra que as coisas voltem ao seu devido lugar, e aí - surpresa! - encontro meu equilíbrio no lugar mais improvável do mundo: dentro de mim.

Dói.
Mas vem junto aquela leveza que - ainda bem! - tem teimado em não me largar.


domingo, 23 de outubro de 2011

Fuja(o).




Fuja do medo torpe de encarar a realidade.
Fuja da incapacidade de sentir.
Fuja da tentativa de beijar bocas indignas pra satisfazer o seu ego.
Ah, menina!
Esse seu coração bandido tem tanto a aprender.

(Logo eu que sou amante dos riscos, que faço questão de viver o hoje. Logo eu que brado pelos quatro cantos sobre a liberdade. Ando presa numa teia perigosa por medo de ousar.)


domingo, 9 de outubro de 2011

Leve.




Tenho tentado levar a vida com mais leveza. Com mais aventuras, mais cabeça aberta e menos cobranças. Vou tentando cobrar menos de mim. Menos dos outros. Sinto uma quase tranquilidade no peito. Quase. É difícil deixar tudo tão quieto aqui dentro. Mas posso dizer que mesmo a bagunça do meu coração está organizada. Tudo em seu devido lugar (guardadas as devidas prioridades).

Tem sido tudo tão leve e fácil de viver que eu ando equilibrada no desequilíbrio. Numa taça de vinho. Num quarto de hotel. Ou em colchões no chão, tanto faz. Vivo um dia de cada vez. Vivo as loucuras que quero e finjo de boba pra ninguém desconfiar. Mas na intimidade subo na mesa, perco o rumo, perco o freio. Provoco. Faço pose.  Me dou o direito de manter aquele velho sorriso de quem não sente culpa. Coisa de quem se sente livre. Completo.

Vou cantarolando meus sambas, meus rocks, esperando uma história nova brotar. Ou apenas um olhar intrigado. Não importa. Tenho minha palavras, minhas músicas, minhas asas.
É o que me deixa leve.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Setembro.



Setembro chegou, com suas flores, cores e sorrisos.
Setembros sempre me trazem uma loucura tão boa e um certo saudosismo que eu não posso evitar. Setembro sempre passa na minha vida feito um furacão. Muda tudo de lugar. Remexe armários vazios, inverte prioridades, revive o passado. Revira o coração. Em setembro sou capaz de transformar uma terça-feira cinza numa história de cinema.

Me sinto um caso perdido. Desses que repetem as mesmas besteiras mil vezes só pelo exercício de viver uma história bonita. E o pior (ou melhor, nunca vou saber) é que eu gosto de ser um caso perdido. Sempre digo (e repito!) que me importo muito com as histórias que eu vou contar no futuro. Acho que a minha liberdade é o meu bem mais precioso e nada nem ninguém será capaz de tirar isso de mim.

Liberdade de ser, de viver.

Setembro me dá essa liberdade toda e faz eu me sentir inteira. No auge. No ápice. Me sinto quase como uma super heroína. Uma Mulher-Maravilha. Me sinto forte, livre, transgressora. Perco qualquer gosto pelas convenções sociais chatas. É como se setembro trouxesse uma brisa diferente que me inebria e guia os meus passos. É como se eu obedecesse as minhas vontades mais ocultas sem me importar com as consequências, quaisquer que sejam.

Liberdade de ser, de viver.

É como eu já disse: "Ando muito poeta, muito dona de mim. Ando com olhos de ressaca. Um gosto de sol, suor e samba me escorrendo pela boca. Ando à flor da pele e com aquele sorriso de quem não sente culpa.

(Talvez plenitude seja isso.)"

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Talvez nenhum outro Setembro se descreva como esse. Mas re-escrevo esse novo Setembro com velhos e novos sentimentos, uma coisa misturada, que no meu coração, faz todo sentido.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sobre plágio, violações de direitos autorais e outras chatices da internet

"Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso."
Novos Baianos.
(Aproveitando pra ensinar aos desavisados como reproduzir textos e colocar os créditos.)


Eu ia escrever um texto bonito, sabe. Ia falar desse setembro lindo que sempre me deixa meio louca.
Mas hoje eu tô louca por outra coisa. É de RAIVA, Brasil.
Quem me acompanha nas redes sociais viu que ontem eu postei um link de um blog que plagiou meu texto "The thing about love", do dia 7 de maio de 2011:
http://ludmilamelgaco.blogspot.com/2011/05/thing-about-love.html
Isso mesmo, Brasil. PLÁGIO. VIOLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS.

Fui educada, pedi pra ilustríssima dona do blog retirar o texto o dar os devidos créditos. Nada. Fiz outro comentário fazendo o mesmo pedido, NADA. (Isso porque achei textos de outros autores também sem os créditos, como esse da Fernanda Mello - http://transcendereviver.blogspot.com/2011/07/quero-voce.html?showComment=1316492131336#c7903051477960040847 ).

Nega apagou os comentários, fez a egípcia e continua meu texto lá todo lindo no blog dela. Ela devia mesmo ter se apagado do universo, isso sim.
Tô PUTA DA CARA.

É triste, sabe. Eu amo escrever, tenho essas coisas, essas palavras tão minhas. Cada texto é fruto de uma experiência diferente, de uma vivência diferente, de um pensamento diferente. Sou eu, em cada faceta, cada cantinho, cada poro em todas e em cada palavra que vocês encontram aqui. Nada traduziria mais quem eu sou, o meu coração e a minha alma do que o Puramente Sentir. Sou eu gente. Acho bonito, de verdade, as pessoas se identificarem com meus textos, tomarem pra si cada palavra. Mas, pelo respeito que mereço, dêem os créditos. Porque isso aqui SOU EU. E sem aquele papo de que "tá na internet, posso pegar pra mim" porque isso é uma tremenda desculpa esfarrapada. Me desculpem a franqueza, mas pra mim isso é coisa de gente sem criatividade e invejosa que quer crescer às custas dos outros.
Enfim, me chateei.

Daí que eu fui lá e denunciei pro Google. Daí que ela foi lá e apagou o texto e botou uma carinha feliz que se eu pudesse eu ARRANCAVA SANGUE dessa carinha feliz que ela botou. Daí que ela SE FODEU PORQUE EU TENHO PRINT-SCREEN DE TUDO! (Beijo Plagiarisma, sou sorrateira e aprendiz de CSI.)
Daí que apesar de nesse 5 minutos que eu gastei pra escrever esse texto-desabafo indignado ela apagou o texto, eu peço que vocês denunciem o blog dela. Não só pelo meu texto, mas por milhares de outros textos, outras almas, outros corações que estão lá expostos como se fossem dela e sem os devidos créditos.

Aqui vai o link (depois que ela apagou, grrrrrrr!):
Bruna Carvalho: http://transcendereviver.blogspot.com/2011/06/thing-about-love.html?showComment=1316488022444#c177889651562391712 (link original do texto)

http://transcendereviver.blogspot.com/ (link da home do blog)

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Agradeço, de coração àqueles que se preocuparam e perderam um tiquinho do seu tempo denunciando o blog dela. Agradeço, com mais coração ainda, àqueles que passam sempre por aqui, se identificam, amam, me incentivam e até mesmo àqueles que só passaram por aqui apenas uma vez. Agradecimento especial pra Jaya do blog Líricas. que no último texto me ensinou sobre o Plagiarisma e possibilitou que eu descobrisse essa farsa.
Apesar de ser meu, é por vocês que eu continuo aqui me expondo além da conta. E coisa minha, cuido como uma leoa.
Carinho lindo e de coração pra vocês!

(Beijo Bruna Carvalho, te amo. Só que ao contrário.)

E só pra constar, como disse a Jaya no texto "O amor mais bonito da cidade":
"Plágio: crime. Previsão: Código Penal e Direitos autorais".



(UPDATE: JÁ PODE RIR BRASIL?
A pessoa copia o seu texto. Você pede educadamente pra dar os créditos. A pessoa ignora, você educadamente refaz o pedido e pede pra que o texto seja removido, PORQUE É SEU. A pessoa faz a egípcia, apaga seu comentário. Você denuncia pro blogger, a pessoa deleta o seu texto (pelo menos isso), bota uma carinha feliz no lugar e arremata com o seguinte recado:

http://transcendereviver.blogspot.com/2011/09/aviso.html

Só tem um problema: Ela proíbe a postagem de comentários.
Culpa define? Cara-de-pau define?)

domingo, 21 de agosto de 2011

Sobre a eminência da perda.




Sinto que o fim está cada vez mais próximo. Vejo a distância aumentando a cada dia e o medo se apoderando de mim. Não, não quero perder. Te perder.

Sinto saudades.
Tenho ciúmes.

Uma lágrima que teima em cair cada vez que meus sentimentos, pensamentos e ações me traem. Uma vontade louca de largar tudo e dizer tudo o que continua entalado aqui. Adormecido. Sedado. Tenho todas as palavras que lhe cabem mas que teimo em não dizer. Tenho todos os tapas, todas as mordidas e todas as entregas que lhe cabem mas que teimo em não lhe dar.

E se eu te der a minha mão?

Vejo o que passou, o que foi e o que continua queimando numa micro chama aqui dentro, como se verdadeiramente nunca houvesse um fim.
Sinto que estaremos ligados por mais mil vidas.

Em quantas vidas mais nos encontraremos?



terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dói.




Love hurts.

Que eu me envolvo demais. Que as coisas se atropelam e eu fico no meio de tudo com aquela velha cara de interrogação. Ama, dói, sorri, grita e chora, tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Essa necessidade de ter o coração sempre cheio, sempre pesado. Sempre faltando um pedaço.

Almas que se encontram e se perdem desde outras vidas. Nós que atam e desatam. Nós que atamos e desatamos. A cada re-encontro, uma marca: o fogo, a ferida, o amor. As linhas rotas das costuras que tanto prenderam nossos corações e agora esgarçam o tecido. Muscularestriadocardíaco. O meu coração, cola no teu pra ver se cola? Cola pra ver se as marcas se juntam de vez e as fibras não se soltam de vez. Cola pra eu ainda acreditar que todo mimimi é lindo e que todo mundo ama assim que nem eu, escancarado, inteiro, excesso.

A gente quer amar e esquece dos efeitos colaterais. A gente esquece que o amor não tem roteiros nem regras.

O amor dói.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O que foi feito.

"Still I'm glad for what we had
And how I once loved you."
Carole King, "It's too late".


Quem me conhece sabe que a minha vida daria um bom roteiro de cinema. Um drama de primeira. E agora não poderia ser diferente. Acabo de ler (e ver!) a última crônica da Fernanda Mello (preciso dizer de novo que ela sempre sabe?): "Encontros e desencontros (até quando você vai dar desculpas para os seus medos?)". Nos últimos 5 minutos descobri tantas coisas sobre mim mesma que você nem imagina.

Descobri que eu estou na merda. Que você me fodeu de todas as formas que uma pessoa pode foder outra pessoa. E olha, não são poucas. Descobri que esse amor não tem me feito muito bem. É uma história bonita, confesso, mas bonita pra quem está de fora. Só pra quem vê daquela tela grande do cinema. Porque pra quem vive, ah, não é tão bonito assim.

Esses dias ouvi de uma grande amiga que o meu problema é que busco segurança demais. Bem, considerando tudo que eu já vivi isso é bem compreensível. Mas olha, ela errou um pouco dessa vez. Porque não tem coisa que me deixa mais insegura do que você. Essa sua forma de me dar todas as esperanças do mundo sem me prometer absolutamente nada. Sei muito bem da minha culpa de criar as velhas e inconvenientes expectativas. Sei muito bem da minha culpa de achar que tinha a tal flexibilidade moral pra viver uma aventura com você. Mas posso dizer? Você tem um jeito estranho de me fazer bem e mal ao mesmo tempo. Tudo o que eu não preciso agora. Cheguei naquele momento em que não estou mais disposta a jogar. Ando meio cansada de ter jogo de cintura e adivinhar o seu próximo passo. Meu momento agora exige tranquilidade, segurança.

É, minha amiga não está tão errada assim. Preciso colocar os pés no chão e tentar recomeçar. Preciso dessa fuga antes que tudo de bonito que existe (ou existiu, sei lá, nunca vou saber) deixe de ser. Preciso não querer nem precisar de um bom dia seu que não é pra mim. É gente, ocorreu o que eu temia: acho que amei além da conta. Amei mais que o necessário, mais do que eu podia aguentar. Amei mais do que eu queria amar e agora estou pagando a conta. Olha, Brasil, eu estou sofrendo. Gravem esse momento de desabafo que raramente ocorre. Estou fugindo do amor "com medo de perder minha liberdade". Mais do que isso, tenho medo principalmente de desconstruir as coisas bonitas que eu guardei de você ao longo do tempo.

Assim, me despeço temporariamente. Pra ser bastante sincera nem eu acredito nessa despedida, mas preciso de tempo pra recomeçar. Preciso me reconstruir pra depois, quem sabe, retomar o que houve e ainda haverá.

Retomar esse nosso velho e estranho amor.

(Depois de tudo, eu ainda te amaria?)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Nem sei se te amo.




"Baby, te amo
Nem sei se te amo."
Luiz Melodia


É mais um daqueles momentos em que conclusões amargas chegam a mim. Já vi tuas fotos um milhão de vezes. Já te amei e te odiei tanto que não sei mais o que sentir. Já procurei todos os motivos do mundo pra entender o que foi. O que ainda é. Ou o que sempre será. Se é que será.

Eu não sei de nada.

Só sei daquelas suas camisas velhas que me vestem tão bem. Sei do sol entrando na janela enquanto surpreende as nossas loucuras. Sei das nossas palavras que eternizam o que vier a sobrar.

O que foi feito de vera?

Eu não sei se devo me acabar num cigarro ou durar até a próxima vida.
Em quantas vidas mais nos encontraremos?

Vejo tudo num passado distante. Canto "te espero amor... porque tudo que tem em você vale à pena..." como se essa fosse a única verdade a que posso me agarrar.
Repeat.
Repeat.
Repeat.
Nunca tive a audácia de imaginar uma vida inteira. No máximo algumas noites. Minha cerveja se esvai e quase ouço a sua voz. Ah, eu te amo. Copacabana inteira te amaria. Os velhos, os cachorros, o bairro Peixoto, o calçadão, a areia, o mar. Eu tenho certeza que esse apartamento te amaria. O chão, a varanda da sala, o carpete, a janela, a minha cama. Eu tenho certeza de que nesse apartamento eu te amaria. Quase posso sentir o teu gosto doce. Quase posso ouvir você me renegar por ciúme.

Não, eu não te amaria. Grito, te estapeio porque o teu ciúme é demais pra mim e pra minha cabeça de mulherzinha. Te odeio por me fazer sentir a pior e a melhor cosia da sua vida. Te estapeio, te mordo. Vai, vai embora.

Me estrepo.
Prefiro você no meu ouvido e tuas sacanagens todas. Prefiro o teu olhar que diz muito mais do que qualquer palavra sua. Minha cara pra te provocar.
Afinal, love is a losing game.

Depois de tudo, eu ainda te amaria?


"Nem vá dormir como pedra
E esquecer o que foi feito de nós."
Fernando Brant e Márcio Borges.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Gentileza gera gentileza?



Por favor, bota um ponto de interrogação no fim da frase aí moço?


Se tem uma dentre muitas coisas que eu realmente não suporto é grosseria. Sabe aquilo que as nossas mães nos ensinam desde cedo? Obrigado, por favor, com licença, não desrespeite os mais velhos, trate bem o seu coleguinha... Educação e respeito pelo próximo são coisas indispensáveis e que fazem toda a diferença no convívio diário com qualquer pessoa. Não estou dizendo que eu sou uma lady cem por cento do tempo. Tenho lá meus dias de ogra onde qualquer olharzinho torto é motivo pra eu rodar a baiana. Aliás, todo mundo tem um dia assim, de vez em quando. Tá, é chato mas é compreensível. Mas é impossível conviver com gente que é assim o tempo inteiro. Começa a dar nos nervos e quando você se dá conta, vê que está ficando igul ao ogro-mor, na tentativa de responder suas grosserias à altura. E gente, se tem uma coisa que eu não sou é mal-educada, muito pelo contrário.
Sem querer parecer perfeita ou vir com aquele papo ultrapassado, mas educação, respeito, cordialidade e gentileza pra mim são fundamentais. Com minha família, meus amigos. Com os porteiros do prédio, com o Zé da esquina. Até com aquela moça que enche o saco todo dia pra me entregar o panfleto na Siqueira Campos. Pra mim gentileza é uma questão de humanidade.

Acho que gente mal-educada precisa é de limite. Gente mal-educada é egoísta, se acha no direito de destratar o mundo inteiro e geralmente dá showzinho quando alguma coisa não dá certo, quando contrariam a sua vontade e afins. E isso dá no saco, né? Eu ignoro esse tipo de gente para não me rebaixar. Além disso, com essa atitude o ogro terá dois trabalhos: subir e descer das tamancas. Ou tá achando que chantagenzinha emocional e desrespeito funcionam comigo? Não mesmo. E digo mais, chega uma hora que nem a pessoa mais boazinha do mundo aguenta tanta falta de sensibilidade com superioridade e solta os cachorros. Eu mesma sou assim.

Se gentileza gera gentileza, os mais estouradinhos dirão que grosseria gera grosseria. Não deveria, mas é bem por aí mesmo. O ideal seria retribuir cada ato desrespeitoso com um ato de bondade. Funciona, até que a nossa reserva de Madre Tereza de Calcutá se esgota e nos cansamos de tomar na cara. Já disse aqui, não tenho vocação pra Jesus Cristo. Acho que ninguém tem. Sem contar a grande sabedoria popular: "Não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você". Pois é por isso que tem muita gente que merece uma boa patada pra ver se cresce um pouco. Tem muita gente que merece uma bela grosseria pra aprender a importância de saber respeitar o outro, lidar com as diferenças e perceber que não está acima de ninguém.

Vocês mirem e vejam, em pelo século 21 aqui estou eu tentando reeducar um bando de marmanjos e marmanjas que não sabem conviver com os outros. E acrescento, tentando me reeducar também. Portanto, além de aprendermos a sermos bonitos, polidos e educados, precisamos aprender também quando é necessário sermos duros, pouco educados e colocar quem merece no seu devido lugar. Afinal, ninguém é obrigado a suportar grosseria gratuita nem aguentar gente que não preze pela boa convivência e pelo respeito mútuo.

(Aprenda a ser gente de verdade e tratar bem o próximo, ou faça o favor de pendurar no pescoço uma plaquinha de "CÃO ANTISSOCIAL". Facilita.)


sábado, 14 de maio de 2011

Sobre a injustiça e a falta de dignidade do mundo.


Bem dizem que ela é cega.



Sinto uma revolta tão grande como se fosse o sangue do meu sangue que estivesse sendo derramado nas páginas dos jornais. Quanta leviandade, meu Deus! A que ponto o homem chega para alcançar seus objetivos? Quantas coisas vis serão feitas pelo egoísmo e pela busca desenfreada pelo poder? É de uma crueldade sem tamanho a capacidade que as pessoas têm de manchar a dignidade de outrem simplesmente por um benefício próprio.


O jornal estampa a cara do "criminoso", não importando o teor de verdade do que é dito. Que se fodam o nome, a família, o sossego e o caráter. No fim das contas o objetivo é um só: criar uma realidade acompanhada de grandes doses de injustiça.


Peço uma coisa a todos e cada um de vocês: duvide de tudo. Duvide de mim, de quem está ao seu lado, duvide dos jornais, duvide do "boa noite" do William Bonner e da Fátima Bernardes. A mídia constrói e destrói uma reputação em segundos. A mídia constrói e destrói uma vida me segundos. Os grandes não se importam com as manchas que pintam na honestidade dos cidadãos de verdade. Os grandes não se importam com as mentiras que dizem pra pintar a dignidade em gente podre.


Os grandes, no fim das contas, são um bando de calhordas que vendem sua alma pelo vil metal.


(Esse é pra você, meu querido. Erga a cabeça, seja forte e tome todo o amor que eu te mando daqui: o que importa é que quem vale à pena sabe da verdade.)

sábado, 7 de maio de 2011

"The thing about love."


"Everybody laughs
Everybody cries
Sure it could hurt you, baby
But give a little try
That's the thing about love."
Alicia Keys

Eu não sei pra onde vamos caminhando, mas acho que as coisas vão mal. Explico: lá vamos nós, adultos e senhores de nós mesmos, buscando carreiras de sucesso, vidas de sucesso. Sonhamos com uma casa bacana, uma vida boa e uma família bonita pra estampar os porta-retratos da casa. E lá vamos nós caindo no mesmo buraco dos relacionamentos meia-boca. É assim, a gente fica por aí procurando o amor nos lugares errados. Numa pessoa que não te respeita. Noutra pessoa que não quer o mesmo que você. Numa terceira que não te admira. E como é difícil perceber, encarar e aceitar que uma pessoa não tem por o você o mesmo cuidado que você tem por ela. O mesmo respeito. A mesma admiração. É difícil encarar que nos envolvemos com quem não vale à pena. A gente fecha os olhos, tapa os ouvidos e vai fingindo que tudo vai bem até que a verdade chega, te esbofeteia e grita: "olha merda que você tá fazendo!". E você faz o que? Bota a música alta, de preferência uma música romântica e bem brega, pra não escutar. Vem a verdade de novo, e a gente responde com a velha frase dos pseudo-descolados: "ah, enquanto não vem a pessoa certa, a gente se diverte com as erradas". (Aliás, tenho certeza de que todos nós ainda vamos repetir essas palavras por algumas vezes na vida).

Mas a verdade volta, inevitável, e você argumenta: ah, e a convivência? E tudo que já passamos juntos? É, gente. Eu sei que é difícil se desvencilhar de alguém que sabe a cor das suas calcinhas. É difícil se desvencilhar de alguém que sabe como você acorda, de alguém que te conhece desde que você era adolescente, esquisitinha e desengonçada. É difícil se desvencilhar de alguém que - você acha - te ensinou o que é o amor. (Até porque, quem nos ensina mesmo o que é amor de verdade, incondicional e completo, são as nossas velhas e boas mães. Mas isso é conversa pra outra dia.).

O que eu quero dizer é: Porra, olha o quanto a gente se auto-sabota! Olha as coisas às quais a gente se agarra pra justificar nossa insistência em relacionamentos que nunca darão certo. Olha a falta de amor-próprio. Olha as noites que passamos em claro procurando a culpa, inventando motivos. Já pararam pra pensar o tempo que perdemos tentando reviver o que nunca existiu? Já perceberam o quanto a gente se engana e vai levando com a barriga pra fingir que estamos vivendo o romance dos sonhos? A gente devia se poupar de tanto sofrimento, gente! Nesses momentos a gente devia juntar os pedaços dos nosso respectivos corações partidos e seguir em frente. Acreditem, eu sei que é muito fácil falar. Mas sejamos racionais ao menos por um minuto: errar é humano, mas permanecer no erro é burrice. E mais: nada de mendigar amor, se humilhar. Amor de verdade não nos permite esse tipo de auto-flagelação.

A não ser que você não esteja buscando amor de verdade. Nesse caso, aguente as consequências. Um não-amor requer muito jogo de cintura. Uma certa flexibilidade moral. Viver um não-amor significa ter que se submeter a um jogo de interesses. E, me arrisco a dizer depois de muito escutar e insistir nesse tipo de relacionamento, que não estamos prontos e nem dispostos a nos submeter a esses jogos. Também não estamos prontos pra viver o amor. Mas um amor que dói. Um amor de verdade, inteiro, bonito como manda o figurino. Somos todos um bando de medrosos: temos medos de vivermos juntos pra sempre, temos medo de vivermos sozinhos pra sempre. Até que, depois de anos e anos insistindo, batendo a cabeça, sofrendo com o que não nos leva a lugar nenhum, a gente finalmente toma coragem o suficiente pra correr atrás do que quer na vida: aquele alguém que nos tire o chão, nos roube o ar, nos enlouqueça e nos dê aquelas paixões todas, mas ao mesmo tempo nos dê a segurança de esquentar os pés, de poder voltar, de poder fazer planos e ter certeza de que darão certo. Tudo bem, certeza certeza, de verdade, a gente nunca tem. Mas sempre chega aquele momento em que precisamos ter a tranquilidade de poder voar, se perder de amor e ao mesmo tempo saber qual caminho estamos tomando.

Admiro de verdade quem tem a cara e a coragem de admitir o que quer e ir à luta. Ir à luta por um amor verdadeiro e que lhe faça sentir completo, quantas vezes for necessário. Acho que, no fim das contas, é isso que todos nós buscamos desde o início, cada um à sua maneira. E acho que tudo seria mais fácil se a gente desistisse de esconder os sentimentos, vestir armaduras, jogar, e decidisse viver. Amar. Mil vezes, se preciso.

Mas também, quem dera fosse tão fácil assim.

Sei que ainda vou insistir nesses relacionamentos e não-amores com aquela velha desculpa. Sei também que escrevo, sinto e vivo o amor verdadeiramente. Amor é uma coisa que, pra tristeza de uns e felicidade de outros, é impossível separar de quem eu sou. O amor, mais do que tudo, é a minha eterna verdade absoluta.




(Portanto, se me perguntarem se ainda vou insistir nesses relacionamentos e não-amores com aquela velha desculpa, respondo que sim. Mas, advirto os desavisados: haja fôlego pra aguentar o amor que eu sou e tenho pra dar.)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Estréia: Os detalhes de um Brasil não muito divulgado


Queridos leitores, venho compartilhar com vocês minha estréia no blog "Tv e Diversão"!
Estarei por lá todas as quintas às 20:00h com a coluna "Os Detalhes de um Brasil não muito divulgado".
Conto com vocês em mais esse projeto!
Essa semana: "Inconstitucionalidade, casamento real, senado e outras farras"
Beijo grande!

sábado, 16 de abril de 2011

Até pra errar a gente tem que ter dignidade.

Sejamos humanos.
É foda, Brasil, é foda. Sabe uma coisa que eu definitivamente não suporto? Falta de respeito. Falta de consideração. Coisas que todo mundo exige todos os dias e não sabe dar em troca. Sabe aquela velha máxima que diz "não faça com os outros aquilo que você não quer que façam com você." ? Pois é. Não entendo como tem gente egoísta ao ponto de querer ser respeitado sem respeitar o próximo. Não entendo como tem gente que quer ser respeitada sem se dar o mínimo respeito. Eu sou daquele tipo de gente que ainda (tenta) acreditar na camaradagem, na hombridade, nos laços afetivos. Tento acreditar que certas atitudes nossas são pautadas e medidas de acordo com a nossa consideração pelo outro. Mas ultimamente tenho andado muito descrente com as pessoas.

É difícil pensar que existem pessoas que a gente ama que são capazes de ter ações nada nobres com a gente. Acho um absurdo as pessoas desconsiderarem tudo que já viveram numa relação duradoura em prol de apenas um momento efêmero. Veja bem, que fique claro que sou a favor de todas as efemeridades que nos fazem bem. Mas desde que isso não machuque ninguém. Quer fazer merda, quer ter histórias pra contar, ótimo. Acho lindo, de verdade, esse tipo de gente que não liga pro que os outros pensam e vive tudo que há pra viver. Mas desde que isso não machuque ninguém.

Deixa eu ensinar um negócio pra vocês: até pra errar a gente tem que ter dignidade. É, minha gente. A parada é séria. Como a gente quer ser levado a sério se não sabemos a hora certa de parar? De pedir desculpas? De admitir o erro? Como a gente quer ser levado a sério se somos incapazes de pensar um tiquinho que seja em quem a gente ama antes agir? Me desculpem, mas eu não sou capaz de entender uma coisa dessas. Não aceito o fato de ter tanta gente preocupada apenas com o próprio umbigo. Tem um grande amigo meu que diz que não podemos esperar dos outros aquilo que fazemos por eles. Simplificando, não devemos criar expectativas em relação a ninguém. Confesso que cada vez que leio essa frase engulo seco e penso sobre a crueldade que a vida é, às vezes. Porque gente, é triste pensar que somos capazes de jogar fora uma vida inteira por coisas que nem valem tão à pena assim. Por gente que não vale tão à pena assim.

Hoje digo, com todo o azedume que sou capaz de destilar, que eu cansei. Cansei dessa minha mania de esperar demais dos outros. Cansei dessa minha mania de botar os interesses e as vontades dos outros em primeiro lugar. Esse tipo de coisa é pra quem é evoluído o bastante (que nem Jesus Cristo) pra tomar um tapa na cara e dar o outro lado da face pra bater. Não, não sei me humilhar tanto. Prefiro recuar, espernear, escrever. Prefiro me revoltar a compactuar com essas situações mesquinhas.

Porque, se tem uma coisa que eu sei fazer bem, é dizer o que eu penso. Se tem uma coisa que eu sei fazer bem é dizer o que eu sinto. Por outro lado, se tem uma coisa que eu não sei fazer bem, é me fazer de sonsa e justificar um deslize com uma desculpa qualquer, uma noitada de excesso de álcool qualquer. E mais: se um dia eu o fizer, acredito que terei a decência de assumir a merda e pedir perdão a quem merecer.

Repito: até pra errar a gente tem que ter dignidade.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Sobre a minha necessidade de amor. E paixão.

‎"Paixão é pros fracos. Mas amar, ah, o amor, AMAR É PUNK!"
Fernanda Mello, "Amar é punk."

Vou discordar.

A frase é linda. Mas paixão não é só pros fracos não, sabe. Muito pelo contrário. Paixão é o tipo de coisa que a gente tem que viver milhões de vezes. A gente precisa desse fogo, de se apaixonar por todo mundo. Aliás, digo e repito, mais do que tudo, precisamos nos apaixonar por nós mesmos. Precisamos ser volúveis, sentir o coração disparar, perder o fôlego, perder o chão. E arrisco mais: pra mim, a busca pelo amor passa por momentos que muitos podem achar pouco nobres.

Posso dizer que eu busco o amor naquelas letras velhas. Naquela história antiga, cheia de 'eu te amo'. E porque não, num lençol embolado, numa noite qualquer ou numa efemeridade louca movida a álcool e desejo carnal. A paixão momentânea nos levando por caminhos perdidos. Ou achados. Porque pra mim, paixão e amor andam juntos. Ainda não aprendi como amar sem me sentir meio louca. Ainda não aprendi como amar repousando o coração num lugar tranquilo. Pra mim o amor só tem sentido se vier acompanhado da falta de discernimento. É como diria Vinícius, "o amor só é bom se doer". Amor tem que ter uma intensidade tamanha que eu só consigo sentir se tiver paixão junto.

Tem quem diga que só gosta da paixão quem ainda não encontrou o amor de sua vida. Sei não. Tanta coisa pra viver ainda, tantas noites em claro, tantos toques, tantos choros. Tanta dor. Tanta coisa pra sentir e pra amar.
Não tenho essa coisa de ficar esperando o amor da minha vida.
Minto.
Só acho que pra encontrar o 'tal amor da minha vida' preciso viver histórias, paixões, amores. Sim, "relacionamento, a gente constrói. Dia após dia...". Mas pra isso eu preciso primeiramente VIVER a paixão. É como se fosse uma etapa necessária pra saber se o amor vai durar. Ou melhor, se vai valer à pena, pois que seja infinito enquanto dure.

Se bem que amar, se apaixonar, sempre vale à pena. Se ao final não houverem lembranças boas, viver uma paixão é garantia, pelo menos, de aprendizado. De histórias pra contar. Antes de querer viver a sorte de uma amor tranquilo, eu preciso viver a insanidade de um amor passional. Muitas vezes. Intermináveis vezes.

Até porque, mesmo o amor tranquilo tem sabor de fruta mordida.
;)


segunda-feira, 28 de março de 2011

Por enquanto.

Não, meu bem
Eu não caibo no bolso do seu jeans
nem naquele all star detonado.
Eu preciso me espalhar muito mais do que isso.

Eu preciso morar nas palavras, nos gestos, nos toques. Nos sussurros. Não tenho a pretensão de ser sua. Se for pra ser de alguém, serei minha. Só minha e não de quem quiser (citando Cássia Eller, por Renato Russo). Acho uma falta de humanidade esse egoísmo de querermos que os outros sejam nossos, mesmo que o ser-humano tenha uma natureza possessiva. Se você acha que eu sou sua posse, faça o favor de apresentar contrato, escritura e demais documentos que comprovem essa condição. Caso contrário, faça o favor de não se importar se eu me espalhar por aí. Todos temos esse direito. Eu não caibo em lugares apertados. Eu não consigo viver sem me sentir livre. Tenho em mim certos excessos que não conseguem se atrofiar. Uma necessidade louca de me deixar engolir infinitas vezes pelos sentimentos mais incríveis. Sou superlativa e o pouco nunca me basta.

Assim, te conto que, mais do que tudo, eu prezo pela minha liberdade. Mais do que tudo, eu prezo pelo amor-próprio, pelo respeito mútuo e pela verdade. Não espere de mim o que eu não posso dar em troca. Não espere escândalos, dramas e surtos psicóticos. (Ok, só de vez em quando). Não espere que eu morra de amor se eu estiver apenas exercitando minha alma desnuda.

Espere um sorriso bobo, uma palavra descompromissada, um olhar puro que beira a indecência. Espere que eu faça charme se você me fizer um convite, um beijo na nuca e uma promessa de uma noite.

Por enquanto, é o que eu posso oferecer.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Por inteiro


Os buracos que ficaram eu vou preenchendo com uma palavra aqui, uma música down ali. Desculpas para poder soltar as lágrimas sem que elas escorram pelos olhos. Não tem sido fácil decifrar. Amar, tampouco. Porque há tempos metades não me satisfazem.

Eu nunca soube ser meio-termo em nada. Nunca soube ser metade, mais ou menos, só tiquinho.
Sou de uma intensidade e de um excesso sem tamanho. Não costumo querer pouco do que posso ter muito. Não costumo querer uma dose de whisky se posso ter a garrafa inteira. Não costumo querer uma palavra se posso ter a poesia inteira. Não costumo querer um meio amor se posso ter um amor inteiro. Mas não é fácil, viu? Ultimamente não me contento com pouco e há pouca gente disposta a se doar tanto. (Inclusive eu.).

Às vezes bate aquela falta e a vida se encarrega dos acasos: uma poesia nova, uma música nova, um amor novo, um sorriso novo, uma vida nova. Uma dúvida nova, uma decepção nova, uma lágrima nova. Porque esses acasos nem sempre estão a nosso favor e nem sempre tudo é tão justo.

Resigno-me.
Fico amarga.

Eu só queria entender porque andar seminua bebendo num copo qualquer pela varanda tem sido mais interessante que procurar uma companhia qualquer. Mas também ninguém quer qualquer companhia, estou certa? Nessas horas é impossível não lembrar Nietzsche: "Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia.". Já disse, não tenho mais a menor paciência com metades. Prefiro passar os dias colhendo histórias novas a insistir em erros antigos.
Prefiro me preencher de mim do que ter a constante sensação de que me falta o outro.