sábado, 29 de maio de 2010


na barra da minha saia,

meu amor,
só quem eu quero.






domingo, 16 de maio de 2010

Viver, valer, viver

(ou: Por que é mais fácil especular sobre a vida alheia que tornar sua própria vida plena?)


A gente precisa aprender cuidar mais de nós mesmos. A deixar os outros serem felizes à sua própria maneira. A não viver a vida dos outros. Aliás, a gente precisa aprender a viver a nossa própria vida. Porque não adianta não querer passar despercebido pelo mundo se você não faz a sua própria vida valer à pena. Não adianta se fazer perceber um santo se o seu maior conflito interior é querer se libertar. Não adianta querer viver um vida não lhe pertence.

Mas até aí, tudo bem. A vida é sua, faça o que quiser com ela, certo? Certíssimo. O problema é quando não conseguimos lidar com os nossos próprios conflitos e resolvemos que todas as nossas verdades são absolutas e que o mundo deve andar -apenas- segundo as nossas convicções. Ei, você que não acredita em Deus, que fuma, que bebe, que faz sexo sem compromisso, que escuta pagode, música sertaneja e punk rock, que escreve o que sente e o que não sente, que chora, que ri, que ama e -o mais importante- que acredita na plenitude da sua vida. Tá errado ó, Deus existe, fumar, beber e fazer sexo são ações prejudiciais à saúde (além do mais, não são coisas que uma pessoa decente deve fazer), pagode, sertanejo e rock não combinam, você só pode escrever o que sente e, paradoxalmente, demonstrar sentimentos só vai fazer você quebrar a cara. E você tem que viver a sua vida assim porque EU digo que é assim.
Mas, oi? Cadê o nosso direito assegurado pela constituição de ir e vir? Cadê os direitos humanos? Cadê a liberdade? Cadê a licença poética? Cadê o livre arbítrio?
Agora, imagina, 6 bilhões de pessoas querendo opinar na vida umas das outras. Sim senhores, é o caos generalizado.

Quem sou eu pra dizer o que é certo ou errado nessa vida. Mas eu acho que o mundo teria muito menos pessoas frustradas e insatisfeitas se nós simplesmente vivêssemos as nossas vidas. Ou melhor, se nós nos apaixonássemos todos os dias por nós mesmos e pelas nossas respectivas vidas. Parece um discurso meio alienado e repetitivo, mas é sério: pra que se preocupar tanto com os outros se temos nossa própria vida pra viver? Por que se preocupar em apontar os erros ou acertos de alguém se temos nossos próprios erros pra corrigir e acertos pra comemorar? E por que não fazermos da vida uma coleção de momentos memoráveis e muito bem vividos?
Olha, eu não sei as respostas para esses questionamentos. Mas eu as busco incessantemente. Invariavelmente mudo de opinião pelo caminho, mas hoje penso que nós temos uma certa afeição pelo que é fácil. Temos medo do sofrimento. Temos medo do risco. Temos medo dos que arriscam.
Ao mesmo tempo não queremos passar em branco e para isso nos valemos do artifícios mais chulos, fúteis e vis. Quanta leviandade!

Há muito tempo eu me propus um desafio: cuidar mais de mim e viver plenamente à minha maneira. E ligar o foda-se pra o que não me convém. Continuar a favor e ser gente de verdade.
Porque no final eu quero poder dizer com toda a minha verdade: EU FIZ VALER À PENA.


sábado, 8 de maio de 2010

Toda errada.

Seria muito mais fácil não escutar aquele refrão que insiste em me seguir. Seria muito mais fácil passar a vida negando tudo o que se sente. Seria muito mais fácil não ter arriscado tanto na vida. Mas eu nunca escolho o caminho mais fácil. Eu vivo arriscando, metendo os pés pelas mãos. Falo demais, bebo demais, escrevo demais, sinto demais. Amo demais. Sou puro excesso.

Sinto falta daquela nossa poesia que teimava em sair da boca e grudava nos olhos. Sinto falta daquelas suas piadas sem graça que eu digo que não, mas adoro. Sinto falta daquele olhar que ousava em me desarmar. Sinto falta de você, que nunca tive, mas insiste em me derreter com suas verdades. Sinto falta daquela época em que era só eu que importava. São tantos vocês. Vocês que me deixam um vazio que não me pertence.

Perdão pela completa falta de tato. Ando numa época em que há muito dentro de mim e não sei como lidar com tanto sentir. Escrevo para quem nem sei se existe enquanto a vida parece se perder pelas esquinas junto com cada gota de álcool que me desce pela garganta. Quero esquecer as verdades que insistem em me inquietar por dentro, em vez de encará-las. Nem que seja só por hoje.

Olha, longe de mim dar uma de drama queen, mas tenho uma necessidade incessante de auto-conhecimento. E isso eu só consigo escrevendo toda e qualquer asneira que me inquiete. Não tenho o menor problema de parecer maluca, insensata, mulherzinha. Eu me dou o direito de sê-lo. E haja paciência para me aguentar. Haja persistência para caminhar. Haja palavra para decifrar. Haja tanto para sentir.
Haja vida. Pra viver.

("Does that make me crazy? Probably.")

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Um beijo especialíssimo pra minha mãezinha preta e suas piadas sem graça. Porque amanhã é dia das mães e de novo eu não vou estar com ela. Nem vou conseguir escrever sobre a mulher maravilhosa que ela é porque vou chorar feito criança.
Um cheiro e guarda o colo pra mim! ♥