quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Olha,




quando você menos esperar vou entrar na tua casa, bagunçar os seus discos, roubar uns livros e arrebentar uma ou duas cordas do teu violão. Provavelmente ficará possesso, mas nada te deixará mais louco quando, na sua cama, você se deparar com o meu cheiro - rolei nos teus lençóis até me impregnar. Seus rocks de setenta no último volume não serão capazes de me tirar da cabeça. Tomará um gole de vodca na tentativa de esquecer, mas não saberá ao certo se o que te inebria é o álcool ou meus fios de cabelo no teu travesseiro. Ou quem sabe aquela minha peça de roupa que deixei no chão, de propósito, pra não te deixar em paz.

(Depois de tentativas inúteis, você me deixa bagunçar a sua vida como fiz com sua cama. É tarde.)

domingo, 16 de setembro de 2012

Você está fazendo isso errado II.


(Ou: Por um mundo com menos gente babaca.)


Entre uma cerveja e outra tenho passado os dias pensando o quanto o ser humano é um bicho idiota. Extremamente egoísta. Tenho visto cada coisa que você duvidaria que exista gente capaz de tamanha falta de senso. Falta de amor-próprio. Falta de amor pelo próximo. Juro que não entendo como tem gente capaz de se trair apenas por uma necessidade de se auto afirmar. Gente que não respeita nem a si mesmo. Chego a uma conclusão meio boba: uma pessoa que não é capaz de respeitar ao menos quem ama jamais será capaz de respeitar o próximo. Gente assim não mede esforços pra se sentir acima dos outros e não poupa nem mesmo quem está a sua volta. E todo mundo continua se machucando, ferindo quem "ama", e todo mundo se sujeitando a todo tipo de podridão fingindo que tá tudo bem, a vida é linda, somos melhores amigos, pose pra foto, legenda "eu te amo", mas à noite... à noite ninguém deita a cabeça no travesseiro com a consciência limpa. Nessas horas sobra gente se lamentando pelo que fez a si e aos outros (nem colhões pra assumir os erros essa gente tem). E aí, perdoem a franqueza, me falta piedade pra esse tipo de gente. Me falta paciência ou qualquer sentimento nobre. Fico sentindo aquela pena medíocre e nada mais do que isso.

Posso falar? Baby, se ama primeiro. Cria um tiquim de vergonha nessa cara e se assuma, partes boas e partes ruins.Começa a pensar um pouquinho em quem está a sua volta antes de querer fazer qualquer coisa que possa machucar alguém - aproveita enquanto é tempo e ainda existe gente que se importa com você. Deixa essa sua banca de "sou foda" de lado, essa máscara não cola. Deixa seu egoísmo e sua auto afirmação.
(Afinal, não é possível que você queira chegar no fim sendo a mesma pessoa babaca de agora.)



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mil e uma noites.


"As mil e uma noites que virão, são suas."
Móveis Coloniais de Acaju.




Se tudo tem que começar de algum lugar, eu começaria por um encantamento descompromissado. Que passa por música, letra, uma dança qualquer e uma certa improbabilidade no seu olhar. Continuaria por noites de álcool, dias de sol e amanheceres de promessas.

As mil e uma noites que virão, são suas.

As promessas dariam lugar a bagunças de pés gelados, edredon e Jean- Luc Godard (que eu não entenderia nunca) no domingo. Ou qualquer filme bobo que valesse à pena. Ou qualquer outra coisa gostosa que valesse à pena.

Não importa muito.
As mil e uma noites que virão, são suas.
(Faça o que quiser com elas.)

Vai dar tempo de viver tudo isso e muito mais. Vai dar tempo pro tarô, pras rosas, pras luas. E pro seu sorriso. E pra mais mil e uma noites.

(As mil e uma noites que virão, são suas.)

terça-feira, 5 de junho de 2012

Oração.



Que eu seja capaz de não calar o meu coração. Que eu continue a sentir em excesso. Que a cada pedra no caminho eu me lembre de não querer ser nula. Que eu me lembre de nunca anular o que sinto apenas pra permanecer no morno. No politicamento correto. Aliás, que se danem os politicamente corretos, pseudo - intelectuais, falsos moralistas ou quaisquer pessoas do gênero. Eu quero gente sem medo de se mostrar. Eu quero quem dê a cara a tapa pelo que acredita, ainda que seja na contramão do mundo. Eu quero quem valorize o frio na barriga de se estar na contramão do mundo.

Que eu continue a me espalhar por aí em palavras sem me importar se elas vão chegar inteiras ou apenas em fragmentos desconexos no seu coração. Que eu perdoe quem distorcer o que eu sinto quando houver um coração fechado.
Que meu coração permaneça sempre aberto.
Que eu permaneça fiel a mim mesma.
Que não me esqueça de ser quem sou.
Que eu continue com o espírito livre.
Que eu continue espalhando amor.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Se.

Eu te amaria.
Se você deixasse, eu te amaria.
Se eu deixasse, eu te amaria.
Te escreveria mil cartas de amor, uma por dia, até o fim. Diria o quanto fica bonito com esse cabelo. Esse sorriso. Esse jeito torto. Esse jeito torto que, aliás, compartilho com você. Nessas horas quase te entendo. Sei que seu coração é quase tão atormentado quanto o meu. Ou seria melhor inverter a frase: sei que meu coração é quase tão atormentando quanto o seu. Quase. Você tem um jeito bobo de dificultar as coisas, e é nessas horas que eu ganho de você. Não sei exatamente o que eu quero, mas sei com toda a certeza o que eu não quero. E essa dificuldade me cansa. Essa dúvida, essa tentativa louca de auto-sabotagem , tudo isso é demais para o que eu sinto. E eu sinto.
Você sabe como eu sinto.

O que eu não entendo é o quanto você insiste em se matar em mim. E quem insiste, vence pelo cansaço.
Dessa vez, você venceu. De lavada.
E agora, eu não sei mais o que resta. Se resta.
Mas o que eu queria dizer mesmo já disseram por mim:

Fernanda Mello, sempre sabe.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Você está fazendo isso errado.





Entendi os meus erros. Aceitei minha culpa. Estou me perdoando.
Mas não consigo me calar nem compactuar com o que não é direito. Não é verdadeiro.

Temos uma estranha mania de achar que estamos acima do Bem e do Mal. Achamos que podemos fazer tudo e qualquer coisa sem nos importarmos com o coração do outro. Sim, somos EX-TRE-MA-MEN-TE EGOÍSTAS. Nós, seres humanos, somos mais irracionais do que imaginamos. Esquecemos que não estamos sozinhos no mundo e que os nossos atos podem machucar quem está a nossa volta. Temos a capacidade torpe de magoarmos as pessoas que mais estão do nosso lado por necessidade de auto-afirmação. Auto-promoção. Auto-flagelação.

Nos sujeitamos a tanta coisa suja por tão pouco. Por um sentimento - efêmero - de superioridade. Por querermos nos sentir super-heróis. Rebaixamos nossos valores pra ver se numa dessas a gente consegue se sentir melhor do que os outros (nem que seja por uns 2 segundos antes de bater a paranóia).

Repito: somos EXTREMAMENTE EGOÍSTAS. Batemos no peito dizendo "Sou foda!" e continuamos agindo com a maturidade de uma manga verde.
É, somos foda pra caralho.
Magoamos, humilhamos e desrespeitamos os outros com uma facilidade absurda.
É, somos foda pra caralho.
Plantamos discórdia, decepção, mentira e esperamos colher felicidade, respeito, verdade.

Posso contar? A gente só colhe o que a gente planta.

Vou chorar, vou sofrer, mas sabe de uma coisa?
Eu escolhi plantar AMOR.

(Enquanto isso eu rezo. Por mim. Por você.)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sobre o Perdão.




Se falar de perdão já me parece tão difícil, imagine exercitar o verbo PERDOAR. Eu poderia pensar que todos os textos sobre o assunto que vem caindo no meu colo nos últimos tempos são fruto de uma coincidência absurda, mas hoje eu não acredito mais em coincidências. Como já diria Fernanda Mello, "frases só fazem sentido quando estamos prontas pra ouvi-las". E eu não sei, mas penso que agora as coisas fazem um pouco mais de sentido do que antes.

Perdoar é uma das tarefas mais nobres que existem. Pra mim o perdão é uma das atitudes mais corajosas e uma das maiores provas de compaixão que um ser-humano pode ter com outro. Porque é difícil perdoar uma palavra (mal)dita. Um tapa na cara. Uma mágoa. É difícil perdoar quem te desrespeita. É difícil conviver bem com a cicatriz que alguém deixa no coração da gente. Mas, talvez, perdoar a si mesmo seja ainda mais difícil. Ou, no mínimo, tão difícil e importante quanto perdoar o outro. E se não fosse tão difícil, não seria tão nobre. Nem tão bonito.

Nessa vida temos que nos despir do peso e da culpa que carregamos sem porquê. Deixar pra trás sentimentos que nos atrasam. Perdoar não se trata de esquecer, simplesmente - por mais que "forgive" e "forget" tenham o mesmo prefixo, nunca serão a mesma palavra. Se trata de parar de nutrir ódio pelos outros e por nós mesmos e deixar que o coração se renove para o que há por vir.

Por isso decidi iniciar um exercício diário de cultivar o perdão. Estou perdoando quem me fez algum mal por qualquer motivo, a seu tempo. Estou me perdoando por todos os males que causei a mim mesma e aos outros. Assim, exercito também o amor pelo próximo e o amor próprio - as maiores dádivas que recebemos quando aprendemos a perdoar.



(Em tempo:
"Tanto se fala sobre o Perdão. E é tão bonito perdoar. Mas o perdão não significa esquecer ou ser indiferente a um fato que tenha machucado. MENTE aquele que diz que perdoou e sempre volta com as feridas abertas esfregando dor na cara dos outros.
Só acontece o perdão quando somos capazes de convivermos com a cicatriz de uma mágoa sem recorrer a ela para justificar nossas consequentes escolhas.
Arrastar correntes a vida inteira pode ser pesado demais.
Experimente deixar o passado em seu lugar e viver o daqui para frente."
Tico Santa Cruz.)



A sensação de liberdade é incrível.




*Imagens: We heart it.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Eles II.


(Ou: "O que eu queria ter dito.")


"Porque você me faz andar sem rumo agora
Se não existe sentido pra nossa falta de destino?"
Fernanda Mello e Rogério Flausino.


- Eu queria dizer que a gente junto foi a pior coisa que eu fiz na vida.
- Mas por que isso, nega?
- Porque sim.
- Eu não acredito que você tá dizendo isso da gente.
Ele a olhava com uma cara de decepção. Ela o olhava com uma profundidade absurda, e fazia força pra não se render mais uma vez àqueles olhos que a decifravam tão bem.

- Digo sim. Eu achei que dar conta desse conto romântico pós-moderno, mas não consegui. Você me decepcionou. Você me fodeu de todas as formas que uma pessoa pode foder outra pessoa. E olha, não são poucas. Eu não consigo mais te ver com os mesmos olhos de antes, me entende?
Enquanto falava ela rezava pra todos os deuses pedindo que a impedissem de derramar uma lágrima que teimava em lhe escapar os olhos. Era difícil encará-lo sem pensar em tudo que viveram, as inocências, as confidências, as noites em claro, os lençóis embolados. Era tudo forte demais pra ser reprimido.

Ele ainda permaneceu calado por alguns minutos, segundos ou horas. Cada olhar que trocavam guardava uma infinidade de outras vidas. Respondeu, embargado:
- Eu não imaginava que você sentia tudo isso! Eu não entendo como tudo aquilo que tínhamos de bonito virou essa mágoa toda! Eu não aceito que você pense assim! Nós não somos isso!
- Não somos mesmo, meu bem. Nos tornamos isso tudo por uma tentativa frustrada da gente se dar mais do que a gente podia. Eu, pelo menos, não sou capaz de viver algo tão pequeno com você. Você sabe que não me contento com metades, quanto mais se tiver de ser só um pedaço teu.

Cada frase dela era um soco no estômago dele. Ele ficava sem defesa, sem argumentos, sem razão. Tinha sido um grande filho da puta com a mulher que mais passou tempo ao seu lado. Mas ao mesmo tempo não sabia como reverter tal feito. Além de querer reatar o sentimento bonito que tinham, queria também garantir  as boas e velhas fodas homéricas que tinham. (E você aí pensando que ele só tinha boas intenções.)
- Linda, me perdoa. Eu não queria ter te causado todo esse mal, eu não achava que fosse ser tão difícil pra você.
- Eu também não imaginava, mas também não esperava tanta falta de tato e falta de cuidado da sua parte.
- Me perdoa! Eu não vi que estava fazendo tudo isso com você. Vem cá, me abraça, eu te amo tanto!

Era bonito de se ouvir. Mas não se sentia a mesma sinceridade de quando, tempos atrás, ele pronunciara essas mesmas palavras embriagado pelo whiskey. Era como se ele tentasse contornar todos os problemas sempre da mesma forma. Previsível.
- Se fosse como daquela vez, agora eu tacaria aquele copo de whiskey na sua cara. Para de dizer isso em vão. Para de me iludir e me jogar na sua teia!
- Neguinha, não fala assim. Eu te amo de verdade, você sabe! O mundo inteiro sabe! É só você lembrar de tudo que já passamos, todas as alegrias, beijos, abraços, todas as vezes que nós nos amamos...

Pior era ela escutar aquelas palavras sabendo que se trairia a qualquer momento. Desejou ir para a cama com o primeiro que lhe escrevesse um poema sujo num guardanapo na tentativa de se livrar do que sentia por ele. Era ódio-amor-ódio-amor-ódio, assim, tudo junto, misturado e ao mesmo tempo.
Chorou.
Ele a abraçava como quem se agarra a uma última esperança, suas lágrimas também rolando livres rosto afora.
- Eu também te amo. Mas sai da minha vida pra eu poder me refazer.
E se foi. Mas deixou com ele um bilhete:
"Friends, lovers or nothing
There can only be one."

(John Mayer)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

E eu amo. E azar de quem vê. Azar de que sabe do que eu estou falando
Ainda bem que eu tenho minhas músicas e minhas poesias e a Jaya e todas as  minhas amigas.

E assim escrevo mais uma vez pra me exorcizar do medo de escrever sobre você

E olha, que já me disseram umas mil coisas e já me deram uma meia dúzia de notícias.
E olha, fico te amando, assim, uma mil horas direto. Depois te odeio mais umas mil vezes.
E tipos, I'm on your back.

Odeio te seguir.

 São umas coisas que não tem leis ou mandamentos ou respeito que possam dizer o que deve ser feito. É amor. É uma porra de um amor que deveria ter ficado numa hipótese. Numa página arrancada de um caderno qualquer. Numa página de caderno manchada qualquer.
Mas calma. Não é aquele amor grudado e impaciente. É um amor colorido, desarmado e despretensioso.
E sabe, paciência.. Paciência por quem vai entender ou não.  Entenda que tem amor, tem tesão, tem aquelas coisa carnais de quem se quer nos absurdos. Mas, sabe, cansei de guardar sentimentos pra quem sabe lá vai se importar. Ou vale, vai saber. Eu só sei do amor.  E que amor é  o tipo da coisa mais complicada, e que toma tempo, e toma palavra e toma o que for da carne de quem quer.

Querer amar é o que há de mais bonito e simples e sublime no que poderia ser apenas um carnaval.
E o que há de mal em encontrar beleza num carnaval -  principalmente quando se que recontar uma história. E reviver. E, olha, azar de quem quiser falar bobagem e quiser falar do que não lhe disser respeito. Eu sou. Nós somos.
E não tenho a menor vontade de não sermos. Não sê- los. Não temos a obrigação de nos adaptarmos numa ou noutra noitada que  nos agrade o ego . E ainda bem que temos táxis, ônibus, metrô e a putaquepariu. Ainda bem que temos intimidade suficiente para irmos fodidos encontrar a música nos nossos amigos. Ainda bem que temos a nós mesmos pra nos abraçarmos e dizer (saber) que nos amamos e que podemos nos misturar.

Que se foda o que foi capaz de se infiltrar até mesmo no coração mais puro pra se fazer bem no carnaval.


LOVE NEVER ENDS.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Nego,

Sai da minha vida.
Mas sai agora pra não dar tempo de eu querer balançar minha saia pra você de novo.
Sai rápido.
Leva teu gosto,
leva teu cheiro na minha pele,
suas palavras.
Deixa eu te maldizer, te maltratar,
deixa eu fazer com que você não passe de uma lembrança na minha vida.

Sai daqui.
Leva tuas palavras que não são minhas.
Leva aquele bom dia que não é pra mim.
Leva aquele gosto amargo que você deixa na minha boca toda vez que vai embora.

Sai daqui,
leva as palavras que delicadamente destilei por você,
leva tuas coisas, tuas cartas.
Me deixa em paz
e eu juro que nunca mais serás motivo pr'alguma escrita minha.

Sai,
me deixa remendar meu coração
e despir minha alma de você.

Sai da minha vida.
(Mas sai agora pra não dar tempo de eu querer balançar minha saia pra você de novo.)


(da série: A última vez.)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Novo.

Tudo novo, de novo.
Paulinho Moska.

Mudou o ano. Mas aqui dentro, pouco muda. Somente um estranho silêncio que venho carregando sem saber muito bem o porquê. Muita coisa a ser dita que insiste em se calar. E fica tudo assim, mudo, meio automático, meio adormecido pra que fique mais fácil prosseguir. Mas há dias - ainda bem! - em que a poesia resolve sair e gritar o que estava quieto, como numa rebelião interna em que tudo fica mais claro e admite-se os erros, as fraquezas, os quereres.

Hoje eu queria dizer que eu sinto saudades. Sinto ciúmes. Imagino cada coisa que se eu contasse ninguém acreditaria. Mas me acredite quando digo que... ah, deixa pra lá. Fica subentendido. Se você reparar na minha nostalgia, vai entender cada letra. Cada música. Cada silêncio. Cansei de usar minhas palavras pra me explicar.  Hoje quero senti-las, apenas. E que elas sejam sentidas da forma que melhor convier. Minha poesia me inunda e, sabe, eu quero mais é que essa enchente de palavras e sentires arraste tudo e traga boas novas. Novos ares. Novas vidas.

(Você consegue sentir tudo isso?)

Eu quero mais é que tudo se renove e que o passado-fantasma se torne nada mais do que lembrança. Uma página rabiscada da vida com aquele colorido bonito de quem tem muito pra contar e nada do que se arrepender. 

Non, je ne regrette rien. Edith Piaf me entenderia.