quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Olha,




quando você menos esperar vou entrar na tua casa, bagunçar os seus discos, roubar uns livros e arrebentar uma ou duas cordas do teu violão. Provavelmente ficará possesso, mas nada te deixará mais louco quando, na sua cama, você se deparar com o meu cheiro - rolei nos teus lençóis até me impregnar. Seus rocks de setenta no último volume não serão capazes de me tirar da cabeça. Tomará um gole de vodca na tentativa de esquecer, mas não saberá ao certo se o que te inebria é o álcool ou meus fios de cabelo no teu travesseiro. Ou quem sabe aquela minha peça de roupa que deixei no chão, de propósito, pra não te deixar em paz.

(Depois de tentativas inúteis, você me deixa bagunçar a sua vida como fiz com sua cama. É tarde.)

3 comentários:

Jaya Magalhães disse...

Aaaaaaaaaaaaaaah, como é bom fazer enlouquecer assim, em meio a nossa própria loucura. Como é bom poder bagunçar as ordens, viver em meio à desordem programada.

Você, Lud, me deixa sempre querendo ser mais, quando saio daqui. E somos, não somos? Muito mais.

Um beijo de saudades.

Renato Ziggy disse...

Eu já tive esse tipo de surto, mas ver isso em palavras e se identificar é muito mais legal. Hehe! Gostei daqui... bjs!

Carla disse...

Tão bom encontrar coisas boas assim por acaso... Adorei seus textos, Ludmila, mesmo!

Beijos!