segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Nego,

Sai da minha vida.
Mas sai agora pra não dar tempo de eu querer balançar minha saia pra você de novo.
Sai rápido.
Leva teu gosto,
leva teu cheiro na minha pele,
suas palavras.
Deixa eu te maldizer, te maltratar,
deixa eu fazer com que você não passe de uma lembrança na minha vida.

Sai daqui.
Leva tuas palavras que não são minhas.
Leva aquele bom dia que não é pra mim.
Leva aquele gosto amargo que você deixa na minha boca toda vez que vai embora.

Sai daqui,
leva as palavras que delicadamente destilei por você,
leva tuas coisas, tuas cartas.
Me deixa em paz
e eu juro que nunca mais serás motivo pr'alguma escrita minha.

Sai,
me deixa remendar meu coração
e despir minha alma de você.

Sai da minha vida.
(Mas sai agora pra não dar tempo de eu querer balançar minha saia pra você de novo.)


(da série: A última vez.)

5 comentários:

Camila disse...

Lindo! Estou verdadeiramente de bobeira com seus escritos, coisa boa os ler e não dá vontade de parar. Dá vontade de ler tudo em uma noite só! Parece que escreve, algumas coisas, com o meu coração. Como pode isso? Será que é possível?
Estou indicando pra todos meus amigos! Coisa boa, a gente precisa passar pra frente!
Um cheiro!

Ludmila Melgaço disse...

Muito obrigada Camila! Fico feliz de você se identificar tanto assim com o que eu escrevo!
Outro cheiro procê! =)

Maria Midlej disse...

Ah, essa urgencia. Essa vontade que passe logo... Quando a gente toma consciencia de que não haverá muita coisa boa dali pra frente. :) Adorei o ritmo.

Beijão.

Deyse Batista disse...

Não sou muito fã de poesia, mas a sua é de uma doçura que não tive como resistir. Seu blog inteiro é uma lindeza só.
Beijos, Deyse.

Anônimo disse...

Bacana o seu post.
Nego :).
Mas aí ainda tem coisa. Ninguém chama de Nego qualquer um. rs

Rose


http://umladopoetadeser.blogspot.com/

Ei de seguir-te.