domingo, 5 de dezembro de 2010

Sobre a falta de amor, o excesso de querer e as indecências

"Me ocorre agora, veja bem, tudo se dissolve.
Você pode achar que não tem sentido.
Mas, honestamente,
o que tem sentido?
A busca louca pelo amor resulta em pernas abertas e desencontros.
Em outros casos tem-se um cigarro
e olhares para o teto.
Não mais, não menos, mas também.
O amor é um interlúdio.
O amor,
ma belle, é fodido.
Mas nem por isso deixa de ser amor."

'O amor é fodido', por Jaya, no Líricas.





Ando com a cabeça nas nuvens e os pés no chão. Mas eu queria mesmo era estar com aquela sensação gostosa de paixonite mal-resolvida. Gosto muito dessa coisa de lençóis e pele e tudo mais, essas loucuras que misturam coração e hormônios e ninguém entende mas... sei não. Sinto que as ausências me preenchem e as suas músicas também. Acho bonito o jeito de falar de tudo, saber de tudo, o all-star, o jeitinho alternativo, o me olhar sem saber direito o que fazer mas... sei não.

Al Green grita "cause you make me feel so brand new..." e eu me aflijo: e o amor, gente? Onde é que eu deixei aquela parte minha que tinha o costume de deixar o coração disparar, o mundo parar e a vida ser um 'felizes pra sempre'? Acho que se perdeu naquele amor antigo e nas minhas palavras platônicas. Desculpe, eu tenho uma necessidade meio besta de querer amar tudo. Eu fico amando o seu cigarro, o seu copo de cerveja, os seus filmes, o seu jeito eu demais da conta. Mas ando num momento "short love, long night, déjà vu, yeah, we do it again...". (E você também, eu sei.). Ando curtindo um motivo qualquer pra minha solidão e procurando outro motivo qualquer pra lembrar você. Fico sentindo o cheiro grudado na pele e pensando "I wonder where I am in my relationship with you". Sei não.

Só sei que eu sou maluca demais pra querer amar sozinha. Aliás, ignore minhas ambiguidades. Minha incoerência. Essa minha perda de tempo de tentar explicar o que não tem porquê. Mas eu peço: insista. Me vire do avesso e me tire dos meus abismos emocionais. Eu quero me sentir louca, enrolar as minhas pernas em você, contar as pintas das suas costas enquanto você diz uma bobagem qualquer e bota uma suas daquelas músicas gostosas. A vida sendo um filme B. É disso que eu preciso, um pouco menos de contos de fadas e mais ação. E uma pitada de indecência.



"This just mind hurts a little
Love hurts sometimes, when you do it right
Don't be afraid of a little bit of pain
Pleasure is on the other side."
John Legend



9 comentários:

Anônimo disse...

Que isso maluco!!!!! FODA bjo feee

Ni ... disse...

Ah, eu quero é mais que uma pitada desta indecencia toda... rs

Gostei daqui!

Beijo daqui praí

Paula Figueiredo disse...

Oie...
Que gostoso o seu texto! É verdade a dor e o prazer andam juntos. Não há como ter só um deles e precisamos viver o que decidimos viver.

Adorei a sugestão da música do John! De matar.

E vamos confiar no AMOR! :)

Um brasileiro disse...

OI MENINA. ESTIVE POR AQUI. INTERESSANTE. AGOPRA DÊ UMA PASSADA LÁ. ABRAÇOS.

Ítalo do Valle disse...

Já li e reli esse texto algumas vezes...
É puro sentimento e soa quase como música!

Isso sim é lindo!

Um bje bem grande!

Kati Froes disse...

Muito bom, muito bom mesmo!!!
amei =)

H L disse...

"Essa minha perda de tempo de tentar explicar o que não tem porquê."

Não explica, deixa subtentido!
:P

Solange Maia disse...

uau...

cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...

adorei.

beijo e passei para desejar um 2011 de ternuras e de alegrias !!!

Jaya Magalhães disse...

Eita, que eu fiquei achando o máximo que você tenha conseguido arrancar esse monte de palavras voluptuosas daí de dentro de si depois que leu aquele emaranhado de palavras lá. Foi lindo, lindo, liiiiiiiiindo!

“Mais uma dose, é claro que eu tô afim. A noite nunca tem fim. Baby, por que a gente é assim?” E, como você diria: sei não.

Bora viver. E “se o amor não nos quiser, então azar do amor, não soube nos amar”.

Beijão, xuxu.