domingo, 25 de julho de 2010

"Anda, vem me lumiar com sua chama
Vai anoitecer..."
Lô Borges


Era noite, era dia, não sabia. Não sabia a hora, não sabia se era hoje ou ontem, amanhã ou depois. Mas sabia que aqueles olhos não podiam deixar de olhá-la. Muito mais que beijos, pele na pele, arrepios e entre lençóis, ela queria mais que tudo morar naqueles olhos e passear naquele sorriso.

Ele gostava de andar por aquelas curvas e conhecer cada milímetro de pele dela, dos dois se misturarem em suor e lençóis. Mas quando olhava os olhos dela suplicando pelos olhos dele, ele sorria seu sorriso mais sincero e e desejava nunca se perder dela.

Suplicaram-se tantas e tantas vezes, eram tanto querer e tanta urgência que não saberiam dizer se um era dentro do outro ou os dois eram em um só. Eram a mesma poesia, a mesma música, choviam, lumiavam um com a chama do outro. Apossaram-se um do outro com toda vontade e de repente eram muito mais que amantes: eram tudo que há de bonito na vida, e isso bastava. Ser. Eles foram. Eram. São. Sempre serão.Conjugados em todos os tempos verbais. Mesmo que os lençóis não embolassem, que não houvesse urgência: seus olhos jamais se perderiam. E é por isso que eles foram. Eram. São. Sempre serão.

5 comentários:

Priscila Rôde disse...

"Conjugados em todos os tempos verbais. "

Gosto tanto, tanto, tanto disso!

meus instantes e momentos disse...

...se misturarem em suor e lençois.
Bonito teu jeito de escrever.
Maurizio

Moska de Bar disse...

Sempre dá certo aos dois que tentam. Além de um belo sorriso, é dona de deliciosas palavras, daquelas que a gente lê e não deixa de ver sentido até mesmo no espaço entre elas.
Grande beijo!

H L disse...

"Eles foram. Eram. São."

Isso no final é o que acaba valendo a pena!
;)

belíssimo

Breno Massena disse...

Muito bonito.

Bem estruturado e bem composto =)

Meus parabéns.

Breno Massena