sábado, 12 de setembro de 2009

Carta pro meu irmão, amigo, maninho....

Eu me lembro como fosse hoje você, com aquela voz que tirou o rumo, lendo um texto na aula de matemática. Era a nossa primeira vez juntos. Era eu querendo te desvendar na minha cabeça juvenil de uns 14 anos. Depois fomos nós em conversas, abraços, confissões, lágrimas, sorrisos, ombros amigos, promessas. Somos nós maninho e maninha, somos nós amigos pra sempre, somos nós “sem caber de imaginar, até o fim raiar”. Nós e a nossa cumplicidade, nosso amor, nossa loucura que nos salva, juntos.
Você e as suas confusões filosóficas, amorosas, sentimentais. Eu que quase morro quando você me chama de flor, fro, florzinha... Ou quando você gasta o seu francês e diz “bisses, mon cherry”. Quase morro quando você vem chorar suas tristezas com seu jeito que pede um colo e um cafuné por si só, sem dizer uma palavra. Você que vive me pedindo juízo. Você que diz querer ver meus olhos brilhando outra vez. Eu que mesmo daqui te escuto, te sinto, te abraço em cada palavra, cada canção e cada “eu te amo” que juntos pronunciamos na despedida. 
Lembra daqueles nossos planos infantis, nossos sonhos de mudar o mundo? Lembra do nosso banho de chafariz na Praça da Estação? Lembra do calor que você sentia quando eu te abraçava e não queria mais largar? Agora eu, nostalgicamente, te dei um abraço e um beijo em pensamento. Recebeu? E não te larguei, pra sentir seu cheiro comigo mais uma vez. Pra sentir seu coração batendo junto com o meu. 
Agora eu escuto “Dois Barcos”. Talvez a última música que você tenha me mandado. “E se já não sinto teus sinais, pode ser da vida acostumar”. Tudo mentira. Ainda sinto os teus sinais. Ainda não me acostumei com a sua falta. Ainda quero dividir o cobertor, a conversa, o pirulito e a garrafa de uísque com você. Ainda quero a sua letra na última página do meu caderno. Ainda quero dividir as loucuras, os sonhos, os cafunés, e tudo de bom que há nessa nossa amizade totalmente incomum. Ainda vejo as suas fotos com cara de boba. Ainda tenho as nossas lembranças no meu íntimo. 
E lá dentro, os seus desejos são meus.

(Nunca se esqueça de mim, maninho. E nem de quando eu digo que “qualquer maneira de amor valerá”.)

Beijos, me perverta! ;)




para Gabriel Saldanha

3 comentários:

Jaya Magalhães disse...

Luuuud,

Amei a cumplicidade desse textos. As coisinhas internas que só os dois entendem. Os trechos dos hermanos, que tanto me afetam. Que coisa mais terna, essa tua poesia. Essa tua letra rosa pintando o fundo branco com o gosto de tudo que é doce.

Um sorriso, moça.
E um beijo.

Camii •εïз• disse...

Nem preciso dizer..alias preciso sim,vc é uma preciosidade,e nos faz tanta falta..e como diz a pessoa para quem fez o texto,o que nos conforta,a srta estar tao longe é a sua Felicidade,mass nao demora mto para se tornar médica,meu coração doi de saudade.E Dra. LUDMILA ALVES MELGAÇO,VOCÊ É PHODA!!!! Te amo ♥

Anônimo disse...

Ai que lindo,lindo !
Palavras sinceras,tão íntimas e entendi direitinho,pois tbm sou fã de Los Hermanos.