"Minha única certeza é a de querer me perder.
Com você.
Em você.
Ser uma das suas linhas bêbadas ou um poema sujo escrito num guardanapo qualquer.
É isso que me seduz."
Ludmila Melgaço em "In-certezas."
E eu me perdi no momento em que ele sussurrou umas três ou quatro palavras absurdas no meu ouvido. Ali, naquele exato instante entre os Arcos e o resto da vida eu tive certeza de que estava perdida. Tinha qualquer coisa de poeta, poetinha vagabundo e olhos que me despiam a cada piscar. Me pegou pela mão e disse "Vem!", enquanto eu tentava armar uma desculpa esfarrapada pra negar o que estava claro.
Perco o rumo, a vergonha e o ar. Acendo um incenso enquanto relembro e retomo o fôlego. As palavras ficam pelo meio do caminho, visto que não devo entregar tudo de bandeja - ah, as convenções sociais! - mesmo que esteja tudo tão implícito. Ou seria ex? Nada disso importa quando se quer.
Leio tuas letras e ainda guardo as marcas. No fim, quem escreve linhas bêbadas sou eu.
2 comentários:
Poxa Ludmila, me identifiquei com tua escrita. Um texto bom de ler, corrido, pequeno e objetivo. Do jeito que eu gosto. Parabéns. Também senti tuas palavras, e nossa, compartilho de todas elas.
Obrigada pela visita e pelo comentário.
Postar um comentário