domingo, 20 de fevereiro de 2011

Por inteiro


Os buracos que ficaram eu vou preenchendo com uma palavra aqui, uma música down ali. Desculpas para poder soltar as lágrimas sem que elas escorram pelos olhos. Não tem sido fácil decifrar. Amar, tampouco. Porque há tempos metades não me satisfazem.

Eu nunca soube ser meio-termo em nada. Nunca soube ser metade, mais ou menos, só tiquinho.
Sou de uma intensidade e de um excesso sem tamanho. Não costumo querer pouco do que posso ter muito. Não costumo querer uma dose de whisky se posso ter a garrafa inteira. Não costumo querer uma palavra se posso ter a poesia inteira. Não costumo querer um meio amor se posso ter um amor inteiro. Mas não é fácil, viu? Ultimamente não me contento com pouco e há pouca gente disposta a se doar tanto. (Inclusive eu.).

Às vezes bate aquela falta e a vida se encarrega dos acasos: uma poesia nova, uma música nova, um amor novo, um sorriso novo, uma vida nova. Uma dúvida nova, uma decepção nova, uma lágrima nova. Porque esses acasos nem sempre estão a nosso favor e nem sempre tudo é tão justo.

Resigno-me.
Fico amarga.

Eu só queria entender porque andar seminua bebendo num copo qualquer pela varanda tem sido mais interessante que procurar uma companhia qualquer. Mas também ninguém quer qualquer companhia, estou certa? Nessas horas é impossível não lembrar Nietzsche: "Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia.". Já disse, não tenho mais a menor paciência com metades. Prefiro passar os dias colhendo histórias novas a insistir em erros antigos.
Prefiro me preencher de mim do que ter a constante sensação de que me falta o outro.


5 comentários:

Anônimo disse...

Pra variar, mandou MUITO! Essa frase do nietzinho é das melhores!!! Gosto MT dela!!!
Adoreeeeeeeeei
Amoooooooo
soul sista

Paula Figueiredo disse...

Dear, amei. A falta está e não tem jeito. Ela nunca será totalmente preenchida. Essa é a natureza humana. Quando tem o que quer, não tem mais o que querer e aí vem a crise e outro desejo.

"A felicidade não tem nada a ver com conseguir. Consiste em satisfazer-nos com o que temos
e com o que não temos." (Paulo Roberto Gaefke)

Por isso, seja feliz agora e contente-se com o que a vida lhe oferece hoje; pois, ao conseguir isso, receberás da vida (muito) mais do que você sempre quis.

Aguarde e confie! E vamos confiar na vida! ;)

"Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons."
Sigmund Freud

Ítalo do Valle disse...

Clássico de você:
Sem meias palavras
Sem meias poesias
Nem sentimentos pelo metade
Esse texto só confirma o que eu já suspeitava implícito em todos os outros que eu já li de você!

Lindo!

Um grande abraço!

Lucas disse...

Curti esse texto Lud, eu também não costumo me contentar com pouco e isso me faz ciumento, chato, irritante até, mas por outro lado as vezes acho que exagero e me entrego de uma forma louca (pergunta pra Malu kkkk) mas vou te contar um segredo, não me arrependo, quebrei a cabeça muitas vezes por me entregar tão loucamente, mas os prêmios foram muito melhores. =D
Bjs

Camii •εïз• disse...

"Prefiro passar os dias colhendo histórias novas a insistir em erros antigos.."

Amei Lud!

Sem mais