domingo, 16 de maio de 2010

Viver, valer, viver

(ou: Por que é mais fácil especular sobre a vida alheia que tornar sua própria vida plena?)


A gente precisa aprender cuidar mais de nós mesmos. A deixar os outros serem felizes à sua própria maneira. A não viver a vida dos outros. Aliás, a gente precisa aprender a viver a nossa própria vida. Porque não adianta não querer passar despercebido pelo mundo se você não faz a sua própria vida valer à pena. Não adianta se fazer perceber um santo se o seu maior conflito interior é querer se libertar. Não adianta querer viver um vida não lhe pertence.

Mas até aí, tudo bem. A vida é sua, faça o que quiser com ela, certo? Certíssimo. O problema é quando não conseguimos lidar com os nossos próprios conflitos e resolvemos que todas as nossas verdades são absolutas e que o mundo deve andar -apenas- segundo as nossas convicções. Ei, você que não acredita em Deus, que fuma, que bebe, que faz sexo sem compromisso, que escuta pagode, música sertaneja e punk rock, que escreve o que sente e o que não sente, que chora, que ri, que ama e -o mais importante- que acredita na plenitude da sua vida. Tá errado ó, Deus existe, fumar, beber e fazer sexo são ações prejudiciais à saúde (além do mais, não são coisas que uma pessoa decente deve fazer), pagode, sertanejo e rock não combinam, você só pode escrever o que sente e, paradoxalmente, demonstrar sentimentos só vai fazer você quebrar a cara. E você tem que viver a sua vida assim porque EU digo que é assim.
Mas, oi? Cadê o nosso direito assegurado pela constituição de ir e vir? Cadê os direitos humanos? Cadê a liberdade? Cadê a licença poética? Cadê o livre arbítrio?
Agora, imagina, 6 bilhões de pessoas querendo opinar na vida umas das outras. Sim senhores, é o caos generalizado.

Quem sou eu pra dizer o que é certo ou errado nessa vida. Mas eu acho que o mundo teria muito menos pessoas frustradas e insatisfeitas se nós simplesmente vivêssemos as nossas vidas. Ou melhor, se nós nos apaixonássemos todos os dias por nós mesmos e pelas nossas respectivas vidas. Parece um discurso meio alienado e repetitivo, mas é sério: pra que se preocupar tanto com os outros se temos nossa própria vida pra viver? Por que se preocupar em apontar os erros ou acertos de alguém se temos nossos próprios erros pra corrigir e acertos pra comemorar? E por que não fazermos da vida uma coleção de momentos memoráveis e muito bem vividos?
Olha, eu não sei as respostas para esses questionamentos. Mas eu as busco incessantemente. Invariavelmente mudo de opinião pelo caminho, mas hoje penso que nós temos uma certa afeição pelo que é fácil. Temos medo do sofrimento. Temos medo do risco. Temos medo dos que arriscam.
Ao mesmo tempo não queremos passar em branco e para isso nos valemos do artifícios mais chulos, fúteis e vis. Quanta leviandade!

Há muito tempo eu me propus um desafio: cuidar mais de mim e viver plenamente à minha maneira. E ligar o foda-se pra o que não me convém. Continuar a favor e ser gente de verdade.
Porque no final eu quero poder dizer com toda a minha verdade: EU FIZ VALER À PENA.


5 comentários:

Anônimo disse...

Adoreeei!!!
p variar!!!
=) como vc consegue escrever tudo q eu gostaria mas n posso pq sou desprovida desse dom? hauhua
bjo feeeeeeee

meus instantes e momentos disse...

muito bom teu blog, gostei daqui.
belo post.
uma ótima semana pra vc...
Maurizio

CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...

Lud,
Tudo vale a pena, se a alma não é pequena...
Valeu demais passar por aqui, moça de Belzonte radicada no Belzonte que é o Rio...

Abraço mineiro,
Pedro Ramúcio.

Sebastiano Landro disse...

Felicitaciones por el blog! un saludo!

Robson Schneider disse...

Tentar ser uma pessoa diferente daquela que esta presa lá dentro...no final sempre dá mer**

Bjo